CBB muda colégio eleitoral e reduz poder de clubes após racha com liga nacional
A assembleia da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) aprovou uma alteração no estatuto, proposta pela diretoria. A partir da próxima eleição, que deve ser antecipada, federações e atletas terão mais peso na votação. Clubes, menos.
A mudança vem em momento que a CBB e os clubes estão em crise prolongada. A confederação retirou a chancela da LNB (Liga Nacional de Basquete), sob a justificativa de que passaria a organizar um campeonato brasileiro masculino de primeira divisão, com clubes de ponta. Mas isso não aconteceu.
Os principais clubes se fecharam em torno da LNB e à CBB restou organizar uma competição de segunda linha, com apenas nove equipes.
Foi neste contexto que o estatuto foi alterado. Antes, 27 federações tinham voto com peso 2, enquanto tinham peso 1 os votos de 37 atletas, 12 clubes e dois treinadores. Os clubes, assim, tinham impacto de cerca de 12% no colégio eleitoral.
No novo estatuto, o voto das 27 federações passa a ter peso 3, assim como de 16 atletas. O número de clubes foi reduzido a 10, com o peso 1 mantido. O impacto desses votos caiu para menos de 8%.
Além disso, houve mudanças em quem são os atletas, e os clubes, que podem votar. Antes, podiam votar os representantes de cada um dois 27 estados, além de seis medalhistas olímpicos e mundiais. Agora, só são elegíveis atletas com mais de 10 anos de registro na CBB e eleitos nacionalmente, sendo sete homens e sete mulheres. Como o NBB não é mais reconhecido pela CBB, os jogadores que atuam na competição não têm mais registro na confederação.
Nos bastidores, especula-se que a CBB vai realizar eleições ainda neste primeiro semestre, pouco mais de três anos depois de Guy Peixoto ser reeleito para um mandato de quatro anos. Ele indicou, e as federações já anunciaram que vão apoiar em ampla maioria que Marcelo ‘Pará’ seja seu sucessor. Pará já é CEO, toca a confederação no dia-a-dia e é apontado como o pivô pela crise com os clubes e pela renúncia de Magic Paula como vice, no fim de 2022.
POR DEMÉTRIO VECCHIOLI