Caso Pe. Wilson: Bispo de Marília diz que Igreja não é democracia
O caso de racismo envolvendo o Bispo de Marilia, Dom Luiz Antonio Cipolini, e um padre negro de Adamantina se torna maior a cada dia que passa e já ganhou proporções nacionais.
Padre Wilson, como é conhecido, foi transferido pela Igreja Católica de Adamantina, após denunciar ter sido vítima de episódios racistas por parte de alguns fiéis.
De acordo com o padre, o preconceito dos fiéis é notado desde quando ele assumiu a função na cidade da região há dois anos. Ele é o primeiro negro a assumir a igreja matriz do local.
O caso foi encaminhado para Diocese de Marília e Dom Luiz Antonio Cipolino decidiu transferir o padre de unidade em razão da “divisão” da comunidade sobre o caso.
Moradores do município, que tem 35 mil habitantes, têm coletado assinaturas desde a última terça-feira (2) a fim de revogar a decisão do bispo e manter o padre à frente da matriz da cidade. Os defensores do padre Wilson acusam o bispo de dividir a Igreja e ser omisso aos atos racistas.
Em um comunicado publicado no site da Diocese de Marília, de onde partiu a decisão, a transferência do padre é justificada com uma passagem bíblica: “Se uma casa se dividir contra si mesma (…) não conseguirá manter-se firme”.
PALAVRA DO BISPO
Dom Luiz disse que a decisão de não permanecer à frente da paróquia partiu do próprio padre Wilson após o mesmo ouvir aconselhamentos. O padre nega e diz que foi extremamente pressionado para que isso ocorresse.
O bispo ainda informou na nota oficial que a decisão foi baseada na divisão da cidade “Confesso que tenho recebido e recebi várias mensagens e testemunhos pró e contra o trabalho do Pe. Wilson, o que vem confirmando a divisão interna da Paróquia.”.
Em entrevista publicada em um site de Adamantina, Dom Luiz, disse que a Igreja Apostólica Romana não é uma democracia e sim uma família e que as decisões devem ser tomadas conforme o que se julgar o melhor para esta família.
O bispo admitiu haver uma divisão dentro da Paróquia Santo Antônio e que isso coloca em risco, de alguma forma, a integridade das pessoas, inclusive a física.
Questionado se o abaixo-assinado promovido em Adamantina pode alterar de alguma forma a decisão de afastamento do padre Wilson, Dom Luiz preferiu não se manifestar.
Com informações do Grupo Impacto Notícias