Carnavalescos de Marília torcem para que haja festa em 2022
Após a realização de um Carnaval bastante elogiado há um ano, desta vez os diretores de escolas de samba e baterias de Marília lamentam o cancelamento da festa mais popular do país e torcem pelo sucesso da vacinação, para que a folia seja retomada em 2022.
Em entrevista ao Marília Notícia, o presidente do Grêmio Recreativo Nova Marília (Grenom), Gilson Felício, disse que o cancelamento precisa ser “encarado com naturalidade diante da pandemia que estamos vivendo”.
No entanto, ele também descartou a realização de eventos fora de época ainda em 2021 e afirmou que a retomada do Carnaval no ano que vem não está garantida.
“Desde o meio do ano passado eu já vinha alertando os membros do Grenom de que não seria possível ter festa tão cedo. Temos que rezar, não só pelo Carnaval, mas por todos os eventos culturais, setor muito prejudicado”, comentou o carnavalesco.
“A vacinação ainda não engrenou no Brasil. Se até o final do ano não houver um grande avanço no ritmo, as chances de que não haja desfile por dois anos consecutivos é muito grande. Precisamos torcer para que as circunstâncias mudem”, declarou Gilsão, como é conhecido.
De acordo com ele, dois diretores da agremiação estão internados com Covid-19 neste momento. Além da imunização, a retomada econômica também é decisiva para a produção das escolas de samba.
Desde que a Prefeitura deixou de dar dinheiro para produção de fantasias e carros alegóricos, elas têm dependido exclusivamente de doações, patrocínios e trabalho voluntário.
“Antes nós colocávamos de 70 a 80 pessoas trabalhando e pagando salário. Hoje é quase tudo feito por voluntários. Antes colocávamos 1,3 mil pessoas na avenida, da última vez foram 200 ou 300”, disse o dirigente.
Responsável pela bateria da Salvador Salgueiro, Cristiano Alves, conhecido como Tano, afirmou que “é hora de ficarmos quietinhos, nos guardando para o Carnaval que vem”. De acordo com ele, “o momento não é de festa”.
“Não estamos fazendo nada, nenhum tipo de ensaio, que é muito perigoso. Aproveitamos para reformar alguns instrumentos e eles estão todos guardados no galpão”, comentou Tano.
De acordo com ele, muitas crianças que moram em residências junto de idosos fazem parte da bateria. “A gente fica chateado, de não poder estar junto. Desta vez o Carnaval vai ser vendo fotos e vídeos do ano passado”.