Canil de ONG deve ser lacrado e voluntários fazem apelo
A ONG Garra Marília (Grupo de Apoio, Resgate e Reabilitação Animal) pode ter sua sede interditada pela Prefeitura de Marília. A polêmica tomou conta das redes sociais nesta sexta-feira (18), quando representantes da ONG se manifestaram contra a iminente saída do atual local: “Se tivessem nos avisado do problema, certamente teríamos buscado resolver”, diz a entidade no Facebook.
Segundo a Prefeitura, no início deste ano a Divisão de Zoonoses do município realizou visita de inspeção na chácara, que fica localizada Alameda Joaquim Cavina, próxima da represa Cascata. O pedido foi feito pelo vereador José Menezes (PSL).
Ainda de acordo com a administração municipal, lá foi constatado que os resíduos resultantes da lavagem de uma das alas do canil são lançados a céu aberto, a montante da Represa da Cascata, com prejuízos ao meio ambiente, e trazendo risco de contaminação do manancial.
“Mesmo sabendo que o reservatório recebe hoje as águas pluviais de extensa região da zona leste da cidade, a emissão de dejetos animais em suas margens representa risco”, disse a Prefeitura em nota.
O pedido do vereador Zé Menezes é de 2014. No texto ele pede a verificação das condições de funcionamento do canil, “onde possivelmente existem sérios riscos de contaminação da água da represa Cascata, que abastece grande parte da cidade, com fezes, urina e demais dejetos oriundos do respectivo canil”.
“Recolhemos todos os dejetos sólidos e lavamos as baias todos os dias. Fomos informadas da existência de apenas uma fossa e estávamos dispostas a tirar dinheiro de onde não temos para fazer a outra. De forma alguma iríamos querer ajudar animais e prejudicar o meio ambiente. Isso seria muito contraditório. A chácara em que estamos tem como vizinhos: de um lado um mato alto, com muitos animais silvestres, e do outro um pasto com muitos bovinos. E é interessante saber que xixi de cachorro prejudica a natureza, mas o xixi e o cocô dos demais animais, não.”, escreveu uma da integrantes da ONG.
Atualmente o local abriga cerca de 60 animais, que são resgatados muitas vezes de situações de abandono e maus-tratos. A Prefeitura informou a reportagem que o Daem já está realizando estudos técnicos e tomando providências para o destino correto destes resíduos.
“Além disso, também será estabelecido um prazo para que a ONG seja transferida para outro endereço”, explicou por meio de nota a assessoria de imprensa do Executivo, sem informar exatamente qual é esse prazo.
Um protesto pacífico às 16h em frente à Prefeitura está sendo cogitado também nas redes sociais. Por fim, a ONG faz um desabafo e pede a ajuda de voluntários: “Enfim, precisamos encontrar uma nova chácara com urgência (pode ser em Nóbrega, Lácio, Avencas, etc.), pois não sabemos quantos dias teremos antes da lacração iminente do abrigo, caso os animais permaneçam lá. Sabemos que podemos contar com vocês, seja na busca por um novo local, seja ajudando a levar isso à imprensa, seja no dia da mudança, pois precisaremos levar toda a estrutura de baias que foi comprada (placas de concreto, portões, grades, arames e por aí vai)”.