Candidatos insistem em jogar ‘santinhos’ e Marília amanhece com muita sujeira
Marília amanheceu com milhares “santinhos” espalhados pelas ruas da cidade, despejados por candidatos e seus cabos eleitorais durante a madrugada deste domingo (6). A prática, apesar de ilegal, é comum em dias de eleição, mas traz diversos problemas e desafios, tanto para o meio ambiente quanto para o processo eleitoral.
A distribuição de santinhos de última hora, além de sujar a cidade, gera um impacto ambiental considerável. Muitos desses materiais acabam entupindo bueiros, o que pode gerar alagamentos e transtornos para a população.
Além disso, o descarte irregular dos santinhos em locais públicos compromete a limpeza urbana, exigindo um esforço extra por parte das equipes de coleta e manutenção da cidade.
A prática de jogar “santinhos”, apesar de antiga, enfrenta cada vez mais rejeição por parte da população e das autoridades, que enxergam o ato não apenas como uma forma de poluição, mas também um desrespeito ao processo democrático e ao direito de escolha consciente dos eleitores.
O eleitor Reginaldo Domingos, de 82 anos, nunca perdeu uma eleição. Ele foi cedo para a escola estadual Professor Amilcare Mattei e votou rapidamente, mas reclamou do lixo espalhado pela avenida Brigadeiro Eduardo Gomes.
“Isso é muito errado. Devia organizar melhor para isso não acontecer. Fica esse lixo espalhado no chão. Toda eleição é assim. Existe o risco de escorregar e eu tomo muito cuidado para não tomar um tombo”, afirma o idoso.
O pedreiro Renilson Pereira da Silva mora no bairro Nova Marília, mas sempre votou na escola Monsenhor Bicudo. Ele também reclamou da sujeira deixada por candidatos na rua, afirmando que os “santinhos” jogados não influenciam seu voto.
“Desde que tirei o título eu voto aqui no Bicudo. A sujeira não precisaria. Todo mundo tem seu candidato, não precisaria jogar esses ‘santinhos’. Isso é boca de urna. Se tivesse chovido seria pior ainda. As pessoas costumam escorregar e fica muito perigoso”, destaca Silva.
Outro ponto preocupante é o risco que os “santinhos” jogados nas ruas representam para os eleitores. Em frente às seções eleitorais, principalmente nas zonas de maior movimento, o papel acumulado no chão pode causar escorregões e quedas, especialmente para os idosos e pessoas com mobilidade reduzida, o que se torna um perigo à segurança.
Do ponto de vista legal, jogar ou distribuir material de campanha no dia da eleição é uma infração da Lei Eleitoral. Segundo a legislação vigente, candidatos ou apoiadores flagrados jogando “santinhos” podem ser responsabilizados por crime de boca de urna, que pode resultar em multa e até prisão.
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a prática também pode ser configurada como propaganda irregular, o que pode gerar penalidades adicionais aos candidatos.
As autoridades eleitorais reforçaram a fiscalização nas ruas e nas imediações das seções eleitorais, buscando coibir essa prática e punir os responsáveis. Mesmo assim, o descarte foi realizado, e emporcalhou os locais de votação.
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