Campanha de Camarinha é a mais cara até o momento, mostra Justiça
O prazo para atualização de informações sobre a prestação de contas parcial das campanhas eleitorais terminou nesta terça-feira (27) e até agora Abelardo Camarinha (Podemos) é o candidato ao Executivo mariliense com mais despesas contratadas.
A campanha dele pela Prefeitura, que ainda está sob análise da Justiça Eleitoral e não foi deferida, já contratou R$ 301,7 mil em serviços e materiais. A maior parte das despesas – R$ 173 mil – é destinada a contratação de “atividades de militância e mobilização de rua”.
Também foram contratados R$ 45 mil com locação ou cessão de veículos, R$ 39,2 mil com publicidade por materiais impressos, R$ 21,4 mil com publicidade por adesivos, R$ 17,8 mil com locação de imóveis e R$ 5 mil com impulsionamento de conteúdo.
Costa que Abelardo possui até agora uma dívida de campanha de R$ 218 mil, já que do que foi contratado, apenas R$ 83 mil foi efetivamente quitado – a maior parte para materiais impressos (R$ 39,2 mil) e publicidade por adesivo (R$ 21,4 mil).
Além disso, apesar de ter contratado mais de R$ 300 mil em despesas, a candidatura de Camarinha recebeu doações de apenas R$ 155 mil, destinados pelo diretório municipal do Podemos.
A legenda de Camarinha – paralelamente à campanha dele – por meio do diretório municipal, é a que mais recebeu recursos até agora – e uma das únicas, segundo a prestação de contas parcial.
O diretório municipal do Podemos levou em doações até o momento R$ 395 mil, sendo R$ 300 mil da direção nacional do partido, fruto do ‘fundão eleitoral’. Outros R$ 95 mil não estão especificados.
Somente outros dois partidos dizem ter recebido verbas no diretório municipal, o PT (R$ 37,5 mil) e o PSD (apenas R$ 170). No entanto, 13 legendas ainda não entregaram a prestação de contas parcial referentes a seus diretórios locais.
Daniel
A segunda campanha que mais gastou até agora é a do prefeito Daniel Alonso (PSDB), que tenta a reeleição. O tucano afirmou em sua prestação de contas parcial que já contratou R$ 175,7 mil em despesas.
A maior parte (R$ 60,3 mil) dos gatos da campanha de Daniel ainda é classificado como “despesas a especificar”, sem detalhamento.
Em seguida aparecem as despesas com pessoal (R$ 54,9 mil), impulsionamento de conteúdo (R$ 23,9 mil), publicidade com adesivos (R$ 21,1 mil), alimentação (R$ 7 mil), locação de imóveis (R$ 5,6 mil) e materiais de expediente (R$ 2,5 mil).
Importante observar que até o momento só o que Abelardo contratou com gastos de militância e mobilização de rua equivale ao gasto total contratado por Daniel em sua campanha, com todos os outros tipos de despesa incluídos.
A campanha do candidato do PSDB até o momento só quitou efetivamente R$ 24, 1 mil do que foi contratado. Quase a totalidade dessa verba é referente a impulsionamento de conteúdo (R$ 23,9 mil).
Neste quesito, Alonso declara ter contratado quase cinco vezes mais do que o valor declarado por Camarinha.
Até agora a dívida de campanha de Alonso é de R$ 151 mil e o total arrecadado por sua campanha é de R$ 135 mil.
A maior parcela dessa cifra saiu dos bolsos do próprio candidato, que doou R$ 111,5 mil para sua própria campanha.
Assessores e secretários como Fábio Conte e Vanderlei Dolce também teriam doaram, respectivamente R$ 8,6 mil e R$ 1,5 mil, além de outras pessoas.
Conte, no entanto, esclareceu ao site que em seu caso se trata na verdade de “cessão/empréstimo” de equipamentos de sua propriedade para a gravação de programas para a campanha.
O diretório municipal do PSDB afirma não ter recebido doações até o momento da prestação parcial de contas.
Outros candidatos
As despesas contratadas pelos demais candidatos à Prefeitura de Marília estão em patamares bem abaixo dos campeões de gastos até o momento.
Marcos Juliano (PRTB) afirma ter contratado em despesas R$ 14,8 mil – tudo em materiais impressos.
Quase o total de doações (R$ 14 mil) recebidas por sua campanha veio de um de seus principais articuladores, o cientista político e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Marcelo Fernandes.
Na sequência do ranking de gastos contratados pelos candidatos ao Executivo municipal, aparece a campanha de Juvenal Aguiar (PT), com R$ 12,4 mil. A verba teria ido para confecção de materiais impressos.
A campanha do candidato do PT já teria recebido até o momento R$ 55,7 mil. Do total, R$ 47,7 mil foram repassados pela direção estadual do partido e R$ 8 mil em partes iguais por duas pessoas físicas na forma de doação.
O candidato do PV, Capitão Eliton, afirma que não contratou despesas nem recebeu doações para sua campanha até a prestação parcial de contas.
Trata-se da mesma situação do PSL, que acaba de se envolver em uma situação complicada com a renúncia do candidato a prefeito, Marcos Kohlmann.
Já a candidatura do PSOL, encabeçada por Nayara Mazini, segundo a Justiça Eleitoral, não fez a prestação de contas parcial. Nayara afirmou ao site que a prestação de contas foi enviada por sua contadora, mas o arquivo apresentou problemas e precisou ser reenviado.
O PCO – que teve a candidatura de Lilian Miranda indeferida – declarou ter recebido e gasto R$ 1 mil com contador e advogado.