Caminhões de lixo comprados há um ano já apresentam problemas
A Prefeitura de Marília tornou público que três caminhões de lixo adquiridos em 2017 com recursos autorizados pela Câmara apresentam diversos problemas que já estariam, inclusive, impossibilitando a utilização de um deles. Fornecedor fala em “mau uso”.
De acordo com a Prefeitura, nos três caminhões “a tampa de fechamento apresenta rachaduras consideráveis, sinais de apodrecimento e entortamento de chapas de ferro”.
Em um dos veículos especificamente “a tampa de fechamento apresenta quatro cantos rachados” o que estaria impedido o veículo de rodar.
Notificações extrajudiciais para a concessionária Ford Simão Veículos Ltda, de Bauru, e a empresa Portal Equipamentos e Serviços Ltda, de Minas Gerais – que fez a adaptação das carrocerias – foram publicadas no Diário Oficial do município no sábado (24).
Representantes da Ford Simão ouvidos pelo Marília Notícia alegam que laudos feitos por engenheiros indicaram que houve mau uso dos caminhões de lixo.
Concreto e resíduos da construção civil, além de móveis, teriam sido utilizados nos compactadores dos veículos, alega a Ford Simão.
Às empresas foram dados prazos de 30 dias para resolverem os problemas nos veículos de coleta de lixo que custaram, com as adaptações, R$ 245 mil cada um. Ou seja, R$ 735 mil ao todo.
Os recursos foram liberados pelos vereadores de um fundo destinado originalmente para o transporte público. Cerca de R$ 1,2 milhões foram autorizados a serem aplicados na compra e aluguel de caminhões de lixo.
A locação feita de forma emergencial, inclusive, virou alvo de um inquérito do Ministério Público para investigar eventuais atos de improbidade administrativa no governo Daniel Alonso (PSDB).
Sobre os supostos defeitos apresentados pelo caminhões comparado, o corpo jurídico da administração municipal apela ao Código de Defesa do Consumidor e fala de vício oculto, quando o prazo da garantir passa a valer a partir do momento em que se descobre o defeito.
“A repetição do mesmo problema em todos os veículos” e o “critério da vida útil do bem”, argumenta o poder público municipal, indicariam que “não é possível que se alegue a culpa deste ente municipal ou o desgaste pelo uso”.
A administração também alega que precisou publicar a notificação no Diário Oficial porque não recebeu resposta de correspondência física e eletrônica enviada aos fornecedores.
Ao MN a Ford Simão alegou que foi notificada no começo do mês e respondeu ao município por volta do dia 16, antes do fim do prazo de 30 dias dado na notificação via correio com aviso de recebimento.