Caminhada no ‘estreito’ de Marília chama atenção em rota turística
Mais do que aventura ou esporte radical, as regiões montanhosas do interior do Estado não só escondem fósseis de animais pré-históricos como também ajudam a entender o passado, as origens de povoados e o surgimento dos territórios que são chamados hoje de municípios.
As belezas naturais de Marília estão sendo exploradas por praticantes de esportes radicais que passam pela “Rota das Capelas”, constantemente utilizada pelos adeptos do cicloturismo local.
Para o ciclista profissional Danilo Pierote Silva, o paredão chamado de “Estreito”, em Amadeu Amaral, é um trecho alternativo desta rota turística, que despertou a atenção de diversos turistas da região e de outros Estados.
De acordo com Danilo, o caminho do “Estreito” é uma antiga trilha existente no território que foi habitado pelos índios Kaigangs no distrito de Amadeu Amaral, em Marília, e na zona rural de São Benedito, região de Ocauçu.
“No início do século passado, esta trilha foi utilizada pela Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo durante a expedição e mapeamento do Rio do Peixe, em 1905, antes mesmo da fundação do município de Marília”, explicou o ciclista, que também é estudioso e pesquisador do território da “Rota das Capelas”.
Danilo disse que obteve o relatório dos exploradores, que menciona que o acesso ao vale do Rio do Peixe se deu pela trilha do “Estreito”. “Ao deixar o observatório admirável, encontramos o nosso caminho que vinha em ‘zig-zag’, formando uma descida má e perigosa, depois do alto de um espigão, estreito e escarpado de ambos os lados, parecendo dar apenas para nossa passagem”, consta na pesquisa feita no século passado.
Ainda segundo Danilo, os desafios e adversidades enfrentadas pelos exploradores na ocasião da expedição influenciaram na escolha do nome usado para referenciar a região na época: “Descida Infernal” e “Córrego do Arrependido”.
O “Estreito” está localizado a 800 metros de distância da “Rota das Capelas”. “Hoje, a trilha se apresenta como um dos mais belos atrativos alternativos para os aventureiros e peregrinos que estejam percorrendo esta rota turística, que além do meio ambiente, reserva capelas históricas, dentro do aspecto religioso, e propriedades rurais com tradições culturais”, complementou Danilo Pierote, que esteve no “Estreito” recentemente para registrar imagens aéreas juntamente com outros amantes dos esportes radicais, Lucas Chiozini e Victor Bonini Pardo.
O projeto “Rota das Capelas” foi idealizado por vários grupos pertencentes à comunidade do ciclismo de Marília e região, composta por esportistas, empresários do ramo de bicicletas e outros amantes do Turismo Rural.
“Esta rota contempla a estrada mais antiga existente em nossa região, aberta pela expedição geográfica de Campos Novos Paulista, que passa por Nova Columbia, São Benedito, Ocauçu e segue até o distrito de Avencas. A ideia é resgatar um trajeto histórico que faz parte do surgimento do nosso município e das vilas, sítios e fazendas situadas no trecho, além das capelas instaladas no percurso”, detalhou.
Conforme Danilo, o roteiro é ecumênico e cultural. “A rota não contempla apenas o catolicismo, pois o termo ‘Capela’ abrange a templos de maneira geral. Portanto, estendemos o convite à comunidade evangélica de Marília e região para que venham conhecer este projeto. No ponto de vista gastronômico, a ‘Rota das Capelas’ conta com surpresas e experiências incríveis. O trajeto completo possui uma distância de 100 km, seis horas de duração, 1.800 metros de altimetria e o grau de dificuldade é considerado alto”, concluiu o ciclista.
Mais informações sobre a rota turística podem ser obtidas pelo Instagram @rotadascapelas.altocafezal.