Camarinhas participam de audiências da CMN
O ex-prefeito Vinícius Camarinha (PSB) e o deputado estadual Abelardo Camarinha (PSB) estiveram no Fórum da Justiça Trabalhista na manhã desta segunda-feira (5), para audiências trabalhistas relativas à CMN (Central Marília Notícias), onde são apontados por ex-funcionários como sócios ocultos das empresas.
Estavam previstas 18 audiências que somam mais de R$ 1,1 milhão em valores pedidos pelos trabalhadores, que saíram “de mãos abanando”, devido ao fechamento do jornal Diário e das rádios Diário e Dirceu no final de 2016. Ao todo são mais de 50 ações trabalhistas.
Nessas audiências, chamadas unas, são feitas as defesas dos envolvidos, além da instrução do processo. Elas acabaram remarcadas para dezembro. A explicação é que foram marcadas muitas audiências para o mesmo dia.
Apesar disso, foram protocoladas as defesas. Agora os advogados dos funcionários farão suas réplicas.
Além de Vinícius e Abelardo, também estavam elencados na pauta das audiências, a proprietária “formal” da CMN, Sandra Norbiato, que em delação premiada na Justiça Federal disse ser “testa de ferro” dos Camarinhas na empresa. Ela não compareceu.
Outro chamado nas audiências desta segunda-feira foi Carlos Francisco Cardoso, ex-dono da Central Marília Notícias, que chegou a ser detido, mas acabou liberado após prestar depoimento para a Polícia Federal. Ele esteve presente, mas não falou com a imprensa.
Carlos Umberto Garrosino, braço direito de Abelardo e funcionário do seu gabinete na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), também esteve no Fórum da Justiça do Trabalho. Era ele quem supostamente administrava a CMN.
O advogado de parte dos funcionários, Marco Antônio Marçal, aproveitou para requerer que a Justiça Trabalhista solicite provas colhidas pela Polícia Federal no inquérito que investiga a CMN. Segundo ele, essas provas podem ajudar na comprovação sobre os sócios ocultos.
“Já temos algumas provas, como e-mails, que indicam a verdadeira propriedade da CMN. Em dezembro faremos as provas orais, das testemunhas. Mas acreditamos que a Justiça Federal pode ceder importantes documentos”, afirma.
De acordo com o advogado, Vinícius e Abelardo ainda não estão confirmados pela Justiça como sócios ocultos, mas o que existe é a solicitação de que eles sejam enquadrados dessa forma. “Com certeza serão longos processos, que podem demorar cinco anos ou mais”, afirma Marçal.
Procurado pela reportagem o MN, Vinícius disse que “este caso encontra-se sub judice e há muitas controvérsias e exploração política”.
Ainda de acordo com Vinícius, “o que for decidido pela Justiça será integralmente cumprido”.
Abelardo Camarinha não respondeu ao questionamento do MN. A reportagem não conseguiu falar com Sandra Norbiato, nem Carlos Umberto Garrosino.