Camarinha critica Daniel e prefeito retruca: ‘Fantasma do metrô’
O prefeito Daniel Alonso (PSDB) e o ex-deputado Abelardo Camarinha (PSB) têm protagonizado embates públicos na internet por meio de mensagens publicadas em redes sociais.
Nesta sexta-feira (11) houve troca de acusações em um clima de antecipação da campanha que daqui um ano vai escolher o próximo mandatário da cidade para o período entre 2021/2024. No momento Abelardo está impedido de concorrer, mas sempre que pode se coloca como candidato.
Camarinha atacou os atrasos que vêm ocorrendo no pagamento de servidores municipais, principalmente aposentados. Já Daniel culpou o político do PSB pela penúria do Instituto de Previdência Municipal de Marília (Ipremm).
O ex-deputado criticou outros pontos da gestão Daniel, disse que ele não recebe o povo e não atende anseios populares.
Sobre o desafeto, o atual prefeito fez questão de frisar sua mais recente polêmica que veio à tona – um emprego no Metrô de São Paulo que a opinião pública desconhecia com salário de quase R$ 20 mil. Em 2019, até agosto, ele já recebeu R$ 75 mil líquido do serviço de transporte público da Capital, mesmo sem trabalhar no local. Saiba os detalhes, clique aqui.
Aspas
“Centenas de funcionários da Prefeitura de Marília aposentados não receberam até hoje seus vencimentos. Na maioria pessoas de idade, viúvas, pessoas com problema de saúde, com gastos com farmácia, energia elétrica e alimentação”, escreveu Camarinha.
Já Daniel, chamou Abelardo de “Fantasma do Metrô” que “já anunciou estar próximo da aposentadoria sem nunca ter trabalhado”.
Em alusão ao cargo que Abelardo ocuparia – se não estivesse arranjado em um gabinete comandado por seu filho, deputado estadual Vinicius Camarinha (PSB) – Daniel o chamou de “Especialista III” e disse que ele “continua distorcendo fatos para passar de bonzinho”.
“Na campanha, pura enganação”, apontou Abelardo sobre o rival Daniel. “Os funcionários públicos o elegeram com a proposta de uma nova política”. Segundo Abelardo, uma comissão de aposentados vai procurar o Ministério Público para reclamar dos atrasos.
Ipremm
Sobre o Ipremm, um dos pontos centrais na guerra de narrativas entre os políticos, Abelardo disse que “Daniel acumulou uma dívida de R$ 110 milhões junto ao Ipremm”.
“Nenhum um mês sequer ele depositou a parte patronal junto ao instituto. Segundo levantamento da Câmara de Vereadores, entre dívida do Ipremm de R$ 110 milhões e empréstimo, o prefeito já aumentou a dívida de Marília, em um ano, em mais de R$ 200 milhões”, acusou Abelardo.
Por sua vez, o prefeito de Marília retrucou Abelardo com um resgate histórico sobre o instituto.
“Para quem não sabe, o Instituto de Previdência de Marília foi criado em 91 e remodelado em 2005. Nas duas ocasiões, era o ex-tudo quem dava as cartas na Prefeitura”, escreveu Daniel.
“Qual foi a jogada?”, indagou Daniel, que também responde: “O ‘Especialista III’ migrou os servidores municipais do regime federal do INSS para o IPREMM, já com a intenção de não pagar ninguém”.
Segundo o tucano, a Prefeitura seria executada, “então o ex-tudo deu um ‘passa-moleque’ no INSS e fez o que quis com o Ipremm, até falir completamente o Instituto”.
Daniel reforça que quando assumiu, em 2017, o Ipremm “já estava quebrado e totalmente sem caixa”.
Abelardo e seu filho Vinicius, de acordo com o político do PSDB, teria utilizado dinheiro do Instituto até para pagamento de servidores da ativa, ou seja, que não estavam aposentados.
“O que eu fiz? Comecei a trabalhar para recuperar o caixa do Ipremm, inclusive oferecendo bens públicos municipais em leilão, para carrear recursos para o Instituto”, afirmou Daniel.
O prefeito escreveu ainda que não é responsável pelo pagamento de servidores aposentados. “Eu fui eleito para cuidar da Prefeitura e da cidade. Apesar disso, nosso governo está se empenhando ao máximo para resgatar o Instituto, destruído pelas desastrosas e inconsequentes administrações da família Camarinha”.