Câmara arquiva pedido que visava desgastar Daniel em ano eleitoral
Por 11 votos contra um – Danilo Bigeschi (PSB) votou a favor – o pedido para instauração do processo de cassação de mandato do prefeito Daniel Alonso (PSDB) foi arquivado pela Câmara de Marília durante a noite desta segunda-feira (24).
Justificando coerência, os oposicionistas Luiz Eduardo Nardi (Podemos) e Marcos Custódio (PSC) votaram contra, por entender que os fatos apontados já foram esgotados pela Justiça e houve arquivamento. O presidente da Câmara, Marcos Rezende (PSD), votaria apenas em caso de empate.
O vereador Cícero do Ceasa (PL) chegou a pedir a dispensa da leitura da representação, mas acabou retirando o pedido após coro entre vereadores pela transparência pública. A leitura do texto integral da denúncia foi realizada pelo secretário da mesa diretora, Evandro Galete (PSDB).
No apagar das luzes
O pedido de cassação em final de mandato foi protocolado na segunda-feira (17) da semana passada, pelo advogado Paulo Roberto Amado Júnior, ex-integrante do PSDB de Daniel e atualmente filiado ao PRTB, que tem como pré-candidato a prefeito Marcos Juliano.
Os governistas classificaram a medida como “eleitoreira”, visando desgaste a Daniel às vésperas das eleições municipais.
O documento que acusou Daniel citou três fatos específicos. O primeiro seria irregularidade cometida pelo prefeito ao permanecer como sócio proprietário, exercendo atividades administrativas em loja da cidade.
Daniel nega irregularidade e afirma que a gestão da empresa está sob responsabilidade de familiares.
O segundo apontamento é de propaganda político-partidária e pessoal, após os 100 primeiros dias de governo. Na época faixas foram afixadas na cidade, indicando aprovação popular.
O caso gerou investigação em 2017, mas acabou arquivado pela Justiça, após comprovação de que não foi usado dinheiro público para confecção das faixas.
Amado apontou ainda que durante o governo Daniel Alonso teria havido favorecimento de empresa, na inversão cronológica de pagamentos pela Prefeitura, sem justificativa plausível reconhecida pela legislação.
O governo Daniel Alonso apontou que denúncias relativas ao mesmo fato já foram investigadas pelo Ministério Público e arquivadas.