Câmara arquiva denúncia e livra vereadora Daniela de cassação
A Câmara de Marília arquivou, na manhã desta quinta-feira (3), o processo de cassação contra a vereadora Daniela D’Avila (PL), no episódio que ficou conhecido como ‘caso da carteirada’.
O relatório final da Comissão Processante (CP), assinado pelo vereador Mário Coraíni (PTB), se posicionou pela improcedência da denúncia de quebra de decoro parlamentar e consequente arquivamento do caso.
Entre os membros da CP contra Daniela, João do Bar (PP) apoiou o posicionamento de Coraíni, enquanto Albuquerque (PSDB) abriu divergência.
Na votação final da Câmara, oito vereadores se declararam favoráveis ao arquivamento do caso, beneficiando Daniela.
Votaram a favor da vereadora, Cícero do Ceasa (PL), Danilo Bigeschi (PSB), Wilson Damasceno (PSDB), Zé Luiz Queiroz (PSDB), João do Bar (PP), Luiz Eduardo Nardi (Podemos), Marcos Rezende (PSD) e Mário Coraíni (PTB).
Por outro lado, votaram contra o relatório e pela cassação da vereadora, Albuquerque (PSDB), Marcos Custódio (Podemos) e Maurício Roberto (PP). Eram necessários mais seis votos para derrubar o relatório final. Um vereador se absteve, Evandro Galete (PSDB).
Vale lembrar que mesmo com todo o desgaste político que o ‘caso da carteirada’ acarretou, a vereadora foi reeleita com 1.898 votos.
Entenda
No dia 26 de outubro deste ano a tenente-coronel Márcia Cristina Cristal foi ouvida pela comissão, depois de faltar uma semana antes alegando questões de saúde.
Cristal era comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BMP/I), que fica em Marília e responde ao Comando de Policiamento do Interior Quatro – Região de Bauru (CPI-4), quando aconteceu o ‘caso da carteirada’.
Ela ficou afastada da função também com base em alegações médicas por várias semanas, desde que o escândalo veio à tona. Recentemente, porém, assumiu a função de chefe de Estado-Maior do CPI-4.
No dia 20 de outubro, o sargento da PM Alan Fabrício Ferreira foi ouvido pela CP. Ele foi o responsável por apreender um veículo em nome da vereadora Daniela, que era conduzido por sua filha na madrugada de 16 de agosto.
De acordo com Alan, o veículo estava com o licenciamento vencido e com pneu careca. Durante a apreensão, Daniela ligou para a comandante da Polícia Militar em Marília.
Um áudio vazado mostrou Cristal ligando em seguida para Alan com ameaças e humilhações por causa da apreensão do veículo.
A vereadora Daniela alega que o carro estava com licenciamento vencido há menos de um mês, o que impediria a apreensão, e apresentou um laudo que mostra os pneus em condições de rodagem.
A parlamentar também disse que ligou para Cristal meramente para pedir uma orientação sobre como proceder no caso.
No dia 28 de outubro, o relator da CP, vereador Mário Coraíni, se posicionou pelo arquivamento do processo.
Posteriormente o plenário do Legislativo derrubou o posicionamento e garantiu a continuidade do processo.
No relatório final Coraíni manteve o pedido de improcedência, que acaba de ser acatado pelos parlamentares.