Cabos eleitorais acusam candidato de não pagar por panfletagem
A Justiça de Marília marcou para o dia 10 de novembro uma audiência de conciliação entre o empresário Thiago Ferreira Zani, que foi candidato ao cargo de deputado estadual, e 11 pessoas que trabalharam na panfletagem da campanha política em cidades da região.
Os trabalhadores alegam não ter recebido o valor combinado pelo serviço. O candidato teria afirmado que existe contrato, que prevê o pagamento pelo candidato ao cargo de deputado federal da “dobradinha”, Luís Miranda (Republicanos).
Segundo apurado pelo Marília Notícia, os cabos eleitorais se reuniram para registrar o boletim de ocorrência, pois se sentiram lesados com a falta de pagamento do valor combinado pelo trabalho no período do pleito.
Uma das partes afirma que foi procurada pelo candidato e um morador de Vera Cruz, para contratá-la com o objetivo de fazer a panfletagem. Ela seria a responsável por fiscalizar os cabos eleitorais e teria então contratado outras pessoas para o serviço em cidades da região, como Garça, Júlio Mesquita, Álvaro de Carvalho, Oriente e Marília.
Após as eleições, como o candidato não foi eleito, a declarante teria encontrado dificuldades para receber o valor combinado. Também não teria sido quitado o valor para acertar as contas com os demais cabos eleitorais. Foi alegado que foram passados cheques para os trabalhadores, mas todos estariam sem fundos.
De acordo com Thiago Zani, o combinado era que ele próprio pagaria a parte gráfica, com panfletos, sendo que o candidato ao cargo de deputado federal Luís Miranda, que fez a “dobrada” com o mariliense, pagaria os funcionários contratados.
“Todo mundo tem contrato. Tudo isso está na prestação de contas do candidato ao cargo de deputado federal. Eu quis ajudar e dei cheques meus, para descontarem e receberem antecipado, mas soube que algumas queriam pegar esse valor e depois pegar novamente o valor do deputado federal. Sustei os cheques quando soube disso, por algumas meninas que trabalharam e não concordavam com o que estavam planejando fazer”, afirma o empresário.
Zani diz que o candidato ao cargo de deputado federal, que possui contrato com os cabos eleitorais, pode pagar esse valor até 30 dias depois do segundo turno das eleições.
“Eu tenho cópias dos contratos. Qualquer um pode acessar isso na Justiça Eleitoral. Ainda não fui notificado dessa audiência, mas estou tranquilo. Vou apresentar o contrato de trabalho delas e explicar tudo que aconteceu”, conta Thiago Zani.
A audiência de conciliação foi marcada para o próximo dia 10 de novembro, às 15h30, no Cejusc, localizado na Universidade de Marília. Trata-se de uma fase pré-processual, na presença de um conciliador, para que as partes tentem entrar em um acordo.
ELEIÇÃO
Com 766 votos, Thiago Zani não foi eleito deputado estadual por Marília, mas nem por isso, deixou de ser destaque durante o período eleitoral. Uma ocorrência de sequestro contra ele foi registrada durante o período de campanha. O ex-candidato teria passado horas nas mãos dos sequestradores, em São Paulo. Um suspeito foi preso em flagrante e confessou o crime.
OUTRO LADO
Ao Marília Notícia, a coordenadoria de campanha de Luís Miranda informa que “as contas de campanha devem ser quitadas na próxima sexta-feira (28). Ninguém está sem receber, pois todos receberam duas parcelas e a terceira existe um atraso no recebimento, mas está dentro do prazo legal.”
Ainda conforme a coordenação, após essa data, se existir alguém sem receber, o candidato é considerado inadimplente e certamente terá suas contas reprovadas no TRE. “Mas está tudo tranquilo. Todos irão receber, até porque queremos nossas contas aprovadas. Para você ter noção do absurdo desse show dessas pessoas, isso significa 8% de todas as contas já pagas. R$ 2.300.000,00 [quitados] e agora faltam só R$ 180.000,00”, conclui.