‘Brasileiro vai querer TV de 65 polegadas para ver a Copa’
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.
O consumidor brasileiro ainda usa a Copa do Mundo como um marco temporal para trocar de TV?
Sem dúvida. Para a Copa de 2022, temos o objetivo de consolidar a venda de telas de 65 a 85 polegadas, e vender produtos mais sofisticados, como os televisores Qled e Neo Qled, tanto 4k quanto 8k.
Como a empresa trabalha com as varejistas para aumentar as vendas de televisores para a Copa?
Há um planejamento de demanda e entrega para evitar gargalos de distribuição. Isso acontece não só com os grandes, mas também com os varejistas regionais. Queremos convencer o consumidor no momento da pesquisa para que ele chegue à loja sabendo qual TV comprar. Como fazemos em todos os anos, apoiaremos nossos parceiros comerciais, com treinamento, bons conteúdos, e, naturalmente, boas ofertas e campanhas dedicadas para a data.
Por que a Samsung mantém tanto uma loja virtual própria quanto parcerias com varejistas no País?
Nem sempre conseguimos oferecer todos os nossos produtos por meio dos parceiros comerciais. Nossa loja é complementar, ela oferece todo o portfólio. O objetivo não é ser o principal canal de vendas, mas um local para eliminar dúvidas. Na nossa loja online, por exemplo, estamos lançando uma plataforma que sugere a TV ideal a cada consumidor a partir de um questionário de cinco perguntas.
Como a empresa vê a chegada de concorrentes brasileiros, como Multilaser, e multinacionais, como TCL?
A chegada de novos concorrentes não nos surpreende, mas não vamos abrir mão do protagonismo. Seguiremos com o objetivo de oferecer produtos inovadores, mas que também são sustentáveis. As caixas dos televisores são ecológicas e nosso controle remoto dispensa o uso de pilhas.
O segundo semestre é marcado pela Black Friday e pelo Natal. Qual é a expectativa para este ano?
A locomotiva de crescimento para o segundo semestre serão as telas grandes e as TVs premium, que esperamos um aumento de vendas de 46% e 93% em receita, respectivamente.
A retração das vendas no varejo em 2022 afetou o comércio de televisores?
As vendas ainda estão em patamar inferior ao período pré-covid, mas já observamos uma melhora neste semestre. O consumidor está menos confiante, mas entende quando há uma boa oferta. Por isso, buscamos eliminar barreiras de compra.
Como o cenário macroeconômico, de alta de juros e inflação, afeta a demanda por TVs no Brasil?
Esse momento desafiador é global e afeta outros segmentos. Estudamos os segmentos afetados e trabalhamos junto aos varejistas para resolver isso. Confiamos muito no nosso portfólio. Vamos trabalhar fortemente em comunicação e com o varejo. Acredito que o Brasil vencerá nos campos e também nas vendas de TVs.
A médio e longo prazo, qual é o plano para não perder a liderança de vendas de TVs no País?
Somos líderes globais há 16 anos consecutivos no mercado de TVs. Nenhuma fabricante chega a essa marca sem oferecer os melhores produtos e serviços. Temos TVs para público jovem e de estilo de vida, além de produtos tecnológicos. Buscamos ter sempre a melhor oferta no momento e lugar certo para o consumidor.
O mercado corporativo é relevante nas vendas de televisores no Brasil?
As vendas do varejo são em maior volume, mas temos uma quantia relevante de vendas para grandes e pequenas empresas. Cada vez mais, as telas servirão como principal equipamento para exibir informações em todos os tipos de ambiente, desde salas de aula até grandes pavilhões de eventos.
Segundo a CNI, a indústria teve retração de 3,7% no primeiro semestre. A Samsung vai continuar a produzir televisores localmente?
Estamos no País há 35 anos. O Brasil é um mercado prioritário e relevante na operação global. Em grande parte, isso veio de ter uma fábrica local, o que mostra o compromisso com o mercado e nos dá chances de aprender com os gostos dos brasileiros. Não só temos intenção de manter a fábrica, como trabalhamos todos os anos para modernizá-la. Todos os produtos avançados são fabricados no Brasil, como a Neo Qled 8K. Ter a fábrica é uma condição estratégica para a operação. Acreditamos no mercado brasileiro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.