Bolsonaro e Alvaro Dias elogiam fala de general; Manuela e Boulos repudiam
Favoráveis à prisão de Lula, os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Alvaro Dias (Podemos) endossaram o discurso de Villas Bôas. “O partido do Exército é o Brasil. Homens e mulheres, de verde, servem à Pátria. Seu Comandante é um soldado a serviço da Democracia e da Liberdade. Assim foi no passado e sempre será. Estamos juntos General Villas Boas”, postou Bolsonaro nas redes sociais. O candidato do PSL é defensor de uma presença mais forte dos militares na política.
Alvaro Dias considerou a mensagem “oportuna” e disse que, se o STF for contra as “aspirações visíveis da sociedade brasileira contra a impunidade”, a República estará falida. “O general Vilas Boas coloca o Exército brasileiro em sintonia com o desejo do nosso povo de ver nascer uma nova justiça onde todos serão iguais perante a lei.”
Contrários à prisão, Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB) repudiaram o posicionamento do comandante. Para Boulos, a declaração expressa uma crise institucional no País. “Seguimos esperando posição da presidente do Supremo, dos presidentes das Casas Legislativas e de (Michel) Temer. Até aqui um silêncio covarde”, escreveu.
Na noite de terça, Boulos já havia se posicionado sobre o caso com um questionamento: “O comandante do Exército está chantageando o STF e fazendo ameaças veladas? É isso mesmo?”
Manuela seguiu a mesma linha de considerar antidemocrática uma interferência do Exército em assunto do Judiciário. Ao compartilhar um tuíte do companheiro de partido e governador do Maranhão, Flávio Dino, a pré-candidata disse que “é tempo de se fazer respeitar o Estado Democrático de Direito e a Constituição ” E apontou que a saída para a crise passa por “mais democracia, eleições diretas, respeito ao voto popular e às liberdades democráticas.”
As declarações do general também repercutiram entre outros militares, que se botaram à disposição de Villas Bôas. Do outro lado, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e o presidente da OAB, Claudio Lamachia, condenaram uma eventual interferência do Exército no processo político brasileiro.