Boato sobre achocolatado contaminado causa temor
Enquanto a polícia e a Vigilância Sanitária Regional do Estado de Mato Grosso tentam desvendar o mistério em torno da morte de uma criança de dois anos poucas horas após ingerir um achocolatado na última quinta-feira (25), em Cuiabá, a internet começa a dar voz a boatos com informações desencontradas sobre o fato.
Neste fim de semana, começaram a circular nas redes sociais, sobretudo no WhatsApp, informações, prints de documento, fotos e mensagens de áudio com informações sobre outras mortes relacionadas ao produto contaminado, inclusive em Marília.
O Marília Notícia teve acesso a algumas dessas mensagens, dentre as quais há relatos de outras crianças, além do caso de Cuiabá, que teriam morrido após ingerir o achocolatado.
Todavia, nota-se claramente que se tratam de informações desencontradas, com fortes características de boataria e, principalmente, nenhuma informação confirmada.
“Bom dia, meninas. Realmente, eu acabei de passar uma informação sobre o Toddynho. E aí eu fui ligar pra minha mãe pra avisar ela referente ao Toddynho, porque ela gosta de comprar Toddynho pra dar pra Rebeca, que a Rebeca ama Toddynho. Aí ela me falou que tava vindo de um velório da filha da vizinha de dois amigos, que tomou o Toddynho e faleceu. Então assim, gente, realmente a história é verídica, é verdade. Todo cuidado é pouco”, traz um dos arquivos de áudio.
“Bom dia, mamães. Confirmado essa história do achocolatado. Provável que seja Toddynho mesmo. Até terem a comprovação suspendam de seus filhos iogurtes, toddynho, yakults e coisas do gênero. A criança está no IML para exames… Que provavelmente deve sair dentro de dez dias”, traz outro relato.
Investigações
O produto envolvido com o único fato realmente comprovado, em Cuiabá, é da marca Itambé – o Itambynho.
Apesar de ainda não descartar contaminação no lote do achocolatado, a Deddica (Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente), que investiga o caso, também considera a possibilidade de envenenamento intencional das unidades presentes na casa da vítima, já que estes foram vendidos por um adolescente, morador da vizinhança, que está sumido.
A polícia aguarda os laudos da necrópsia feita com amostras de tecido do estômago da criança, a fim de identificar a substância que a vitimou. Já a empresa Itambé divulgou nota em que afirma ter ficado ciente do ocorrido e que acompanha e auxilia a apuração dos fatos.
Confira a nota na íntegra:
“A Itambé foi notificada dos fatos ontem, relatados em Cuiabá, relacionados ao suposto consumo de um produto da linha de achocolatados Itambezinho (200ml). A empresa está em contato permanente com a Vigilância Sanitária regional e auxiliando na apuração dos fatos.
O referido produto está no mercado há mais de uma década e nunca apresentou qualquer problema correlato. Até o presente momento, não tivemos nenhuma outra reclamação do mesmo lote.
A Itambé realiza regularmente provas internas e em laboratórios externos de seus produtos e reitera seu compromisso com a qualidade. A empresa já disponibilizou as contraprovas para os órgãos oficiais e continuará trabalhando em conjunto para outros esclarecimentos que se fizerem necessários”.
Entenda o caso
Uma criança de 2 anos, moradora de Cuiabá (MT), morreu no hospital na tarde da última quinta-feira (25) poucas horas após ingerir um achocolatado da marca Itambé.
Um adolescente de 17 anos da mesma família também foi internado no Pronto-Socorro de Cuiabá. Ele também teria ingerido a bebida e deu entrada na unidade hospitalar passando mal e vomitando muito.
Em decorrência do fato, a Vigilância Sanitária do Estado de Mato Grosso emitiu um memorando circular na última sexta-feira (26) determinando interdição imediata de um lote do achocolatado Itambynho, da marca Itambé.
De acordo com o jornal Gazeta Digital, de Cuiabá, a polícia também trabalha que a bebida tenha sido contaminada fora da fábrica, já que o produto foi vendido por um adolescente da vizinhança, que desapareceu.
Segundo o jornal, o jovem seria usuário de drogas e suspeito por atos infracionais na região.
Notícia do G1
Para criar mais confusão sobre o caso, uma notícia do portal G1 também foi divulgada junto com os arquivos de áudio, supostamente confirmando a história.
Na verdade trata-se de uma notícia de 2014, quando cerca de 2 mil unidades de achocolatado foram recolhidas no Rio Grande do Sul por estarem contaminadas.
O caso no Sul não tem absolutamente nada a ver com os boatos espalhados pelo Whatsapp.
Com informações do Midiamax