Bancada da Bala da Alesp convoca ato em defesa de policiais que atuam na Baixada Santista
Deputados da chamada Bancada da Bala da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), entre eles ex-policiais militares e um ex-delegado, gravaram um vídeo em que convocavam “cidadãos de bem” a participarem de um ato em Santos, que ocorreu neste sábado (9), em defesa das operações de combate ao crime no litoral paulista realizadas pela Polícia Militar da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A manifestação contou com a presença dos deputados estaduais Conte Lopes e Major Mecca, ambos do PL, e Delegado Olim e Capitão Telhada, do Progressistas, além do deputado federal Coronel Telhada, também do PP-SP. O ato ocorreu em desagravo a críticas às operações Verão e Escudo, tocadas pela Polícia Militar e que já deixaram 67 mortos em supostos confrontos.
O protesto teve início a partir das 9h na praça das Bandeiras, no Gonzaga.
Ainda em andamento, a Operação Verão já deixa ao menos 39 mortos. A ação teve início no dia 3 de fevereiro, um dia depois do assassinato do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35, durante um patrulhamento em uma favela em Santos.
A Operação Escudo resultou na morte de ao menos 28 pessoas em um período de 40 dias, entre 28 de julho e 5 de setembro de 2023. Horas antes do início das investidas o soldado da Rota Patrick Bastos Reis, 30, foi assassinado com um tiro em uma área pobre de Guarujá, também na Baixada Santista.
Diante a escalada de violência na região, a Conectas Diretos Humanos e a Comissão Arns entregaram nesta sexta (8) uma denúncia ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) contra o governador Tarcísio.
Embora o Governo de São Paulo já tenha sido denunciado à ONU por causa da atuação policial no litoral, esta é a primeira vez que o político bolsonarista é implicado diretamente em uma denúncia ao órgão.
Em nota, o Governo de São Paulo disse estar comprometido com a proteção da população e com a correta aplicação das leis vigentes.
“As forças de segurança do estado são instituições legalistas que operam estritamente dentro de seu dever constitucional, seguindo protocolos operacionais rigorosos. Não toleram excessos, indisciplina ou desvios de conduta, sendo todas essas práticas rigorosamente investigadas e punidas pelas corporações”, diz o texto.
Nesta sexta, contudo, o governador Tarcísio disse não estar “nem aí” com denúncias a respeito da escalada da violência policial na Baixada Santista.
“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, afirmou.
***
POR PAULO EDUARDO DIAS