Balanço da dengue coloca Marília em alerta para 2026

Marília viveu em 2025 um dos cenários mais graves da dengue já registrados, com avanço expressivo de casos, aumento das formas graves da doença e crescimento significativo no número de mortes em comparação com 2024. Dados do Painel de Arboviroses da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostram que o município saltou de 10.368 casos confirmados em 2024 para 14.782 em 2025, um aumento de aproximadamente 42,6%.
Além do crescimento no total de infectados, houve elevação nos quadros mais graves da doença. Em 2024, foram contabilizados 370 casos de dengue com sinais de alarme e 54 casos de dengue grave. Em 2025, esses números subiram para 529 registros com sinais de alarme e 76 graves.
O impacto maior foi observado no número de mortes. Em 2024, Marília confirmou 24 óbitos por dengue. Em 2025, o total chegou a 37 mortes, o que representa um aumento de cerca de 54,2%. A taxa de letalidade também cresceu de 0,23% para 0,25%. Além disso, uma morte suspeita segue em investigação e pode ampliar o número de óbitos, caso o resultado laboratorial confirme.
No cenário estadual, a situação de Marília chama atenção. O município aparece como o terceiro com mais mortes por dengue em todo o Estado de São Paulo em 2025, atrás apenas de São José do Rio Preto, com 41 óbitos, e da capital paulista, com 38. Marília superou cidades de maior porte populacional, como Campinas, Sorocaba e Osasco.
A análise do perfil das vítimas nos últimos dois anos indica concentração dos óbitos entre os idosos. Pessoas com mais de 80 anos somaram 21 mortes, seguidas pela faixa etária de 65 a 79 anos, com 16 óbitos. Também houve registros entre adultos de 50 a 64 anos (13) e de 35 a 49 anos (seis), além de casos entre jovens de 20 a 34 anos (três) e crianças e adolescentes de 1 a 19 anos (dois).
Outro fator que agravou o cenário foi a situação epidemiológica do Departamento Regional de Saúde (DRS IX) de Marília. Em 2025, foi confirmada a circulação simultânea de três sorotipos do vírus da dengue, condição que aumenta significativamente o risco de reinfecções e de formas mais graves da doença, especialmente em pessoas que já tiveram dengue em anos anteriores.
Com o retorno das chuvas e o aumento das temperaturas neste fim de ano, Marília entra em estado de alerta máximo para 2026, com o objetivo de evitar uma nova grande epidemia como a registrada em 2025.