Autor de homicídio a facadas vai passar por teste de insanidade
O jovem Roger Ramos Cardoso preso, em março de 2017, acusado de matar com diversas facadas o vendedor Antônio Pedro Rodrigues Júnior, de 34 anos, o vulgo ‘Baiano’, vai passar por exame para atestar sua possível insanidade mental.
O despacho foi publicado nesta segunda-feira (12) no Diário Oficial de Justiça. O incidente de insanidade mental é instaurado sempre que houver dúvida sobre a saúde mental do acusado e para verificar se, à época dos atos, ele era ou não inimputável.
“Diante da concordância do representante do Ministério Público, defiro o pedido de fls. 599/600, e instauro o incidente de insanidade mental do acusado. Proceda-se a Serventia o necessário. (…) Apresente o procurador do réu, os quesitos, no prazo de 05 (cinco) dias. Após, requisite-se data ao perito já credenciado na Comarca, com maior brevidade possível, devendo o laudo ser apresentado em 10 (dez) dias, uma vez que se trata de réu preso. Por fim, nos termos do art. 149, §2º do Código de Processo Penal, suspenso o presente feito, até a homologação do laudo”, diz o despacho.
Roger foi preso em 20 de março de 2017 escondido no forro de sua casa, localizada na Rua Antonio D’Alóia, no Jardim Trieste Cavichioli, zona Norte de Marília.
O crime
O crime aconteceu por volta de 20h do dia anterior na rua Waldemar Nigro, no Maracá II. Segundo informações da Polícia Militar, a vítima veio de outro estado com um grupo de vendedores e seu patrão, para comercializar objetos nas ruas de Marília.
O grupo ambulante vende redes, objetos de decoração e outros materiais pelas cidades onde passam. Em Marília eles acabaram se instalando em uma chácara da zona Norte.
Em seu horário de folga, Baiano conheceu em um bar, do Trieste Cavichioli, o pedreiro Emerson Fabio dos Santos, de 32 anos. Após algumas conversas, a vítima confessou que precisava de um lugar para se drogar, pois segundo ele, o uso de crack no local onde seu patrão estava acarretaria em sérios problemas.
Emerson então ofereceu os fundos de sua casa, na rua Waldemar Nigro, onde ocorreu o crime, para que Baiano se drogasse. Em troca a vítima pagaria cervejas para um churrasco no local.
No final de semana do dia 11 de março de 2017, Baiano usou crack na casa de Emerson e pediu para que ele arranjasse uma prostituta. Em troca de dinheiro, o pedreiro atendeu o pedido do vendedor e o programa foi feito por ali mesmo.
No dia 19 de março, o roteiro estava se repetindo. O jovem Roger Ramos Cardoso, que foi parceiro de Emerson em alguns crimes cometidos no passado, estava participando do churrasco.
Tudo corria ‘normalmente’ até que a mãe de Roger foi a casa de Emerson pedir algo emprestado. Logo que entrou no imóvel, a mãe do autor foi assediada por Baiano. O vendedor, alucinado pelo uso de crack, achou que a mulher era uma prostituta e ofereceu 50 reais por alguns minutos de sexo oral.
Roger percebeu tudo, esperou a mãe ir embora e partiu para cima de Baiano. Roger pegou uma faca na cozinha e golpeou a vítima, que morreu no local.
Roger largou a faca e fugiu logo após atacar Baiano. O Samu chegou a ser acionado, mas a equipe não pode fazer nada. Os policiais encontraram Baiano morto na frente da porta da cozinha da residência.
Autor havia saído da cadeia recentemente
Roger Ramos Cardoso já era considerado um jovem ‘incorrigível’. Ele e Emerson (dono da casa onde ocorreu o homicídio) haviam sido presos no final de maio de 2016, por furtar uma casa no condomínio residencial de luxo Green Valley, na zona norte de Marília.
A quadrilha que Roger fazia parte era responsável por espalhar o terror no local em 2016. Na época vários assaltos foram praticados no residencial.
“O Roger, mesmo sendo o mais novo, aliciava os outros para praticarem os crimes. Eles levavam facas na ação para se encontrar alguém dentro da casa, ameaçar e render a vítima. Se não tivesse ninguém praticavam o furto. Inclusive encontramos com eles um dinheiro chinês, que foi subtraído em outras ações”, explicou o policial militar Claudio Morais, na época da prisão.
Cardoso acabou solto meses depois, quando a Justiça acatou o pedido de um advogado do Estado, que alegou fraudes na prisão do rapaz.
Ainda segundo um policial militar que atendeu o caso, Roger teria dito ao parceiro Emerson, na época em que estavam presos, que ele ainda mataria alguém.