Ausência de testemunha faz juiz marcar nova audiência sobre morte no rodeio em Marília
A Justiça realizou na terça-feira (26) a primeira audiência virtual sobre o assassinato de Hamilton Olímpio Ribeiro Júnior, de 29 anos, assassinado pelo policial militar Moroni Siqueira Rosa, de 37 anos, durante a realização do Marília Rodeo Music, no distrito de Lácio, em Marília. Foram ouvidas três testemunhas do caso e foi marcada uma nova data para que outra preste seu depoimento.
De acordo com informações apuradas pelo Marília Notícia, a audiência foi realizada de forma virtual, presidida pelo juiz Paulo Gustavo Ferrari e contou com a participação do promotor Rafael Abujamra, do acusado, de duas das três vítimas atingidas por disparos de arma de fogo e de seus advogados, além de três testemunhas, incluindo a namorada de Hamilton, que estava com a vítima no momento em que foi morto.
Durante a audiência, o pai de Hamilton foi habilitado como assistente de acusação, representado pelo advogado Walisson dos Reis Pereira da Silva.
Uma testemunha não participou da audiência e o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) solicitou a condução coercitiva (que obriga a pessoa a comparecer em juízo, mesmo contra sua vontade, sob escolta policial) para a próxima audiência. O magistrado decidiu deferir o parecer do MP e designou a continuação da instrução, debates e julgamento para o dia 28 de janeiro de 2025.
DENÚNCIA
De acordo com a denúncia apresentada pelo promotor Rafael Abujamra, no dia 31 de agosto, Moroni, que estava consumindo bebida alcoólica e portava sua arma de serviço, uma pistola Glock .40, envolveu-se em uma discussão com a vítima após um esbarrão.
Conforme Abujamra, motivado por um desentendimento banal, o PM utilizou um recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ter causado risco a outras pessoas presentes, ao disparar contra Hamilton. Para o Ministério Público, o policial ainda tentou atingir outras duas pessoas com disparos que acabaram passando de raspão, colocando todos em perigo.
O promotor afirmou que Moroni estava no evento com sua arma funcional carregada com 15 projéteis e, mesmo consumindo álcool, manteve-se armado em um local com grande aglomeração.
“Naquela ocasião, durante o show, o policial travou entrevero com a vítima Hamilton por conta de um esbarrão. Ato contínuo, impelido por fútil sentimento, pois em reação absolutamente desproporcional a causa, sacou da citada arma de fogo e, já em patente superioridade de armas, colocando os demais frequentadores do evento em evidente situação de risco (perigo comum), apontou-a para Hamilton e efetuou-lhe três disparos frontais, empregando recurso que lhe dificultou a defesa, pois sem condições de supor tamanho ataque. Não contente e mesmo com a vítima buscando se evadir, renovou outro tiro, atingindo Hamilton nas costas”, escreveu o MP-SP em sua denúncia.
Rafael Abujamra solicitou que Moroni Siqueira Rosa seja julgado pelo Tribunal do Júri. O processo está em andamento na 2ª Vara Criminal de Marília.