Aumento do farelo de soja em 15% pode impactar no preço da carne e do leite em Marília
O aumento do farelo de soja em até 15% poderá impactar no preço da carne e do leite em Marília em menos de um mês. Outros tipos de farelo, para ração de gado, a exemplo do milho, também devem sofrer alta.
De acordo com o gerente da Cooperativa Agrícola Sul Brasil, Silvio Harada, a projeção é para um aumento no farelo de soja, usado como ração para gado. “Já o preço da carne para o consumidor, acredito que será mais especulação. O farelo pode ficar entre 10% e 15% mais caro daqui 30 dias”, comenta.
Para o produtor rural Evandro Galete, que também é vereador representante dos distritos, a alta dos insumos deverá impactar nos preços dos alimentos, como leite, carne, derivados da carne e embutidos. “A inflação nunca acaba e também vamos passar por um período grande de seca, até outubro, quando há previsão para chuvas. Se não chover, a comida ficará escassa e a produção não é barata”, explica.
Galete ressalta que a boa produção depende da alimentação do gado. “Manter um gado confinado hoje é difícil e, se não tiver comida, o animal morre. Nas condições escassas, o gado não produz leite e não engorda. Se tiver que comprar ração, numa condição sem reserva de capim e cana, a produção fica custosa e, consequentemente, os preços repassados aos alimentos encarecem também”, complementa.
Apesar da especulação, ainda não há uma estimativa de porcentagem para aumento dos alimentos nos supermercados, porque o cálculo poderá ser feito em até 30 ou 40 dias, em junho ou julho – ocasião em que a alta dos farelos for efetivada.
O aumento do preço do farelo de soja, por exemplo, já foi sentida em Mato Grosso no mês passado. O insumo registrou uma alta de 2,60%, atingindo R$ 1.691,88 por tonelada, de acordo com a análise do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Esse incremento foi atribuído, em abril, à valorização do produto na bolsa de Chicago, relacionado à alta do dólar e outros fatores que impulsionaram os preços.
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