Aumento da Covid em Marília pode ser maior por subnotificação
O aumento de casos de Covid-19 em maio e junho indicam que Marília está vivendo a quarta onda da doença. A cidade apresentou crescimento nas internações e óbitos, mas uma situação em especial que tem preocupado os especialistas da área é de uma possível subnotificação dos casos.
Existe a suspeita que os testes de farmácia – feitos em período incorreto – podem dar falsos negativos para os pacientes. Também não há certeza que todos confirmados informam a Secretaria Municipal da Saúde.
Segundo os dados divulgados pela Prefeitura de Marília, junho já registrou 1.393 casos da doença e seis mortes. Em maio foram 2.487 casos confirmados e dez mortes. Para comparação, em abril deste ano, foram apenas 293 infectados com a Covid-19 e apenas três mortes confirmadas. A média de novos casos por dia, que ficou em 80 no mês passado, já atingiu 126 casos nos primeiros 11 dias de junho.
Para a médica infectologista Luciana Sgarbi, o Brasil já vive a quarta onda da doença. A especialista aponta que todas as cidades têm registrado aumento de casos e, em Marília, a situação não é diferente. A infectologista acredita que os testes de farmácia podem estar contribuindo com a subnotificação dos casos de Covid na cidade.
“Os testes de farmácia provocam uma subnotificação importantíssima, por falta de procura das pessoas em notificar o caso positivo e também pelo fato de acontecerem muitos falsos positivos. As pessoas têm um quadro respiratório e fazem o teste, que pode dar negativo por ainda não ter dado o tempo de positivar e elas se conformam com esse resultado negativo, não repetem o exame em outra oportunidade e saem contaminando outras tantas pessoas”, explica.
A especialista recomenda a retomada do uso das máscaras, principalmente nos ambientes de trabalho. Luciana Sgarbi aponta que como a maioria dos casos tem sido leve, tem ocorrido uma banalização da gravidade da situação da pandemia por parte das pessoas, que já não estão se cuidando como deveriam.
“Sabemos que muitos casos leves vão provocar casos de maior gravidade. Temos pessoas ainda incompletamente vacinadas, não vacinadas ou mesmo os vacinados com doenças mais graves, imunossupressoras. É muito importante uma retomada do uso das máscaras, principalmente nos ambientes de trabalho, para diminuir o número de casos”, finaliza.