Assistência Social de Marília presta contas em audiência pública
A secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de Marília, Wania Lombardi, falou sobre os problemas envolvendo moradores de rua na cidade durante uma audiência pública na Câmara nesta quarta-feira (12) e apresentou informações sobre atendimentos feitos pela pasta.
Cerca de 140 pessoas em situação de rua vivem na cidade e 88% são homens com um perfil parecido: vínculos familiares frágeis, baixa escolaridade, histórico de desemprego, alcoolismo e uso de drogas. A quantidade de mulheres e idosos tem crescido.
Um dos grandes desafios para mudar o quadro, de acordo com Wania, é o emprego daqueles que a pasta consegue tirar das ruas por meio de ações do Centro POP. O órgão oferece oficinas e atividades para melhorar as condições de retomada da vida por esses indivíduos.
Centro POP é o Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua, que está de mudança para um novo endereço, devido à grande demanda. Só no mês passado foram 675 atendimentos, 380 refeições distribuídas e 186 passagens distribuídas.
Entre os atendidos, 70% são de Marília, 20% estão na cidade há seis meses e 10% são migrantes.
Outro dispositivo público para apoio dessas pessoas é a Casa de Passagem, que oferece pernoite. No ano passado foram atendidas 1.108 pessoas que somaram 11.028 pernoites. Do total, a maior parte das pessoas (911) que utilizaram o serviço são de fora da cidade. Em breve também haverá reformulação do serviço.
Permanência
Na avaliação da secretária, o principal motivo para a manutenção de moradores de rua em Marília é a esmola, além do desempenho de atividades como supostos artistas de rua e guarda de veículos – “flanelinhas”.
No primeiro caso, a secretária sugere que a Secretaria de Cultura crie um cadastro de artistas de rua e libere alvarás para o desempenho das atividades.
Alguns moradores de rua estariam criando empecilhos para a abordagem da fiscalização com a alegação de estarem fazendo apresentações de malabares, de acordo com Wania.
No caso dos flanelinhas, a ampliação da Zona Azul no Centro de Marília também poderia resolver o problema.
A dependência química, de acordo com Wania, seria praticamente uma regra para a população em situação de rua. E o dinheiro obtido por meio de tais artifícios seria trocado por entorpecentes.