Após três perdas, família Bonadio retribui carinho dos amigos
Em pouco tempo, a família Bonadio se deparou com várias despedidas: da partida serena do patriarca Antenor, aos 86 anos – após luta travada contra o câncer – às repentinas saudades de Paulo e Wilson Bonadio. Os irmãos, de 58 e 54 anos, foram vítimas da Covid-19.
Em meio a tantas perdas, o empresário e corretor de seguros Luís Bonadio enviou uma mensagem ao Marília Notícia, em homenagem à família e gratidão aos amigos que demostraram solidariedade nos meses difíceis que se sucederam.
Ele narrou a história da família sobre a perspectiva dos pais, agricultores de Vera Cruz (17 quilômetros de Marília), que “lá na roça, em um sítio, formaram uma admirável família com seis filhos”.
Antenor, homem de jeito simples e humilde, após viver seus 86 anos, reconheceu o limite de seu corpo e disse ao cunhado: “Agora não tem mais jeito, desta vez vou mesmo, Mas vou em paz. Fiz muitas coisas ao lado de minha esposa e de meus filhos e não posso reclamar de nada, estou em paz”.
Angelina Bonadio, a companheira de uma vida, despediu-se do marido no dia 10 de março deste ano. Ela não imaginava que sofreria, também, a perda de dois filhos em função da pandemia.
“Meu pai educou e formou todos nos estudos. São três corretores de seguros, um administrador, um gerente de uma companhia de seguros por mais de 20 anos, um agropecuarista e uma professora”, conta Luís.
Seu Antenor, ao lado das noras e genro, viu seus 11 netos crescerem. Entre os seus, uma médica, administrador, dentista, engenheiro, maquiadora; os pequenos na escola e um bisneto já aprendendo brincando.
“Meu pai despediu-se da vida terrena e foi aguardar a chegada do Paulo. Meu irmão alegre, sorridente, cozinheiro, festeiro. Não tinha tempo ruim”, conta Luís.
Paulo morreu vítima da Covid-19 no dia 28 de março. Não chegou a tomar conhecimento da partida de Antenor. “Vivia para os filhos e a sua companheira, desfrutava da companhia de vários amigos, cozinhando, seus churrascos, e suas pizzas. Amava a vida… e como trabalhava”.
A família ainda sofreria a perda de Wilson, o jipeiro, amigo dos amigos. “Nosso caçula foi ao encontro deles. Ele era um predestinado, um espírito de ‘luz’. Cuidava da família e do neto com orgulho, trabalhava e vivia para suas brincadeiras e não deixava um amigo quieto”, escreveu Luís.
Wilson era o Bonadio aventureiro, o jipeiro. “O sorriso e as brincadeiras deixaram saudades. Com toda essa dor, nossa mãe guerreira aguentou firme a partida de pedaços de sua vida, restando nela o amor, carinho e a fé para os que estão aqui”, testemunhou.
Luís relata o orgulho e a força da família, que embora esteja “juntando os pedaços após as surpresas que a vida impôs”, se mantém unida no amor e esperança de dias melhores.
“A cicatriz vai ficar como a saudade e alegria que eles nos deixaram. Agradecemos a todos que fizerem suas orações, as palavras de carinho e conforto que recebemos. A vida não morre, segue viva em nossos pensamentos”, relatou com gratidão e fé, o corretor e empresário.