Após promessa não cumprida, pressão por novos leitos de UTI aumenta
Com o aumento na ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e a regressão de todo o Estado de São Paulo para a fase vermelha, aumenta a pressão para ampliação da estrutura hospitalar. Marília ainda espera a ativação de 20 leitos prometidos no final de janeiro e não entregues pelo governo estadual.
A previsão é a abertura de dez vagas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HC/Famema) e mais dez no Hospital Beneficente Unimar (HBU).
Com o incremento, Marília passaria dos atuais 60 leitos para 80, metade de gestão estadual (40 no HC) e outra metade sob convênio entre a Prefeitura e hospitais contratados. Vale lembrar que esse número é referente a vagas do Sistema Único de Saúde (SUS).
A pressão vem, especialmente, do setor de comércio e serviços. Ao mesmo tempo em que é legítima, também é parte da narrativa que prega o fim das regras de isolamento social, para quem “as medidas só penalizam o comércio, sem oferecer benefícios no combate à pandemia”.
Por outro lado, há a questão concreta da necessidade de aumentar vagas, diante do iminente colapso na rede de saúde. Entre a ‘cruz e a caldeirinha’, os gestores de hospitais e autoridades sanitárias apontam gargalos que nem sempre dependem de recursos financeiros, como a falta de profissionais de saúde para atuar na linha de frente.
Longa espera
Nesta quarta-feira (3), o Marília Notícia reiterou questionamentos à Secretaria de Desenvolvimento Regional do Estado (SDR), do secretário Marco Vinholi.
Durante a crise, Vinholi tem mediado a estruturação da rede com os municípios, para ‘compensação’ do impacto que as medidas de isolamento provocam no desenvolvimento das regiões.
A pasta defendeu que tem havido incremento e lembrou a ativação de 25 novos leitos de UTI na região em janeiro.
Foram dez no Hospital Regional de Assis (HRA), seis na Santa Casa de Garça, cinco na Santa Casa de Paraguaçu Paulista, e quatro no Hospital das Clínicas de Marília (que passou de 26 para 30).
A SDR declarou ainda que “o Estado trabalha, ainda, na abertura de outros dez novos leitos de UTI no HC de Marília e também está em tratativas com o município para abertura de leitos no Hospital da Universidade de Marília (Unimar).”
Em nota, a assessoria de imprensa do Hospital das Clínicas informou que “os novos leitos devem entrar em operação dentro de uma a duas semanas”. A instituição havia previsto até 20 dias, após anúncio pelo deputado Vinícius Camarinha (PSB), que aconteceu no dia 25 de janeiro.
Já o Hospital Beneficente Unimar informou que já encaminhou um ofício com requisição de equipamentos à Secretaria Municipal da Saúde e aguarda retorno.
O hospital só prevê iniciar processo de seleção de funcionários quando o apoio necessário para a instalação dos leitos, for confirmado. A Prefeitura de Marília informou que a solicitação aguarda parecer do Governo do Estado.
Custeio
Ao mesmo tempo em que sofre pressão para aumentar leitos, o governo paulista tenta ampliar a participação do Governo Federal no custeio da estrutura.
Em Marília, dos 30 leitos mantidos por meio de convênio entre o município e os hospitais, apenas 20 foram custeados pelo Ministério da Saúde. Entretanto os pagamentos das diárias pelo ente federal foram suspensos ao fim de contrato em fevereiro.
Desde então, o município assumiu (com recursos próprios e transferências constitucionais, que teriam outra finalidade) a conta dos 30 leitos em unidade de terapia intensiva nos hospitais conveniados.