Mesmo com deficiências, eleitores comparecem às urnas em Marília
Entre os 172.844 eleitores aptos a votar nas eleições municipais em Marília neste domingo (6), pelo menos 2.011 declararam ter algum tipo de deficiência, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A dificuldade de locomoção abrange 899 eleitores (39,69%), seguida por outros impedimentos para votar (262), deficiência visual (242) e auditiva (182), além de outros 680, de acordo com a estatística oficial.
O número de eleitores mariliense que declararam ser deficientes subiu de 565 nas eleições municipais de 2016 para 2.074 em 2020 – aumento de 267% entre uma votação e outra na cidade.
Aos eleitores com dificuldade de locomoção são reservadas as salas como maior acessibilidade, apesar do risco imposto pelos “santinhos” espalhados pelo chão. As urnas auxiliam pessoas cegas e surdas, seja pelos números em Braille ou uso de fones de ouvido.
CIDADANIA
Para dona Mildes Ramos, 63 anos, o apoio vem do seu próprio esforço para votar e do marido, o motorista Benedito Eugênio, 70 anos, para empurrá-la em sua cadeira de rodas por calçadas em vias esburacadas e calçadas sem acessibilidade.
“Vou exercer minha cidadania enquanto eu viver”, diz a eleitora, enquanto aguarda sua vez em uma sala reservada para eleitores com necessidades especiais na escola estadual José Alfredo de Almeida, no Costa e Silva, zona sul.
Dona Mildes aponta ao pé esquerdo enfaixado, motivo por tê-la deixado em uma cadeira de rodas há quatro anos. “Meu título é antigo. Nunca deixei de votar. É muito gratificante. Não seria agora que não viria.”
O marido apoia o exercício de cidadania da mulher. “Não é obrigado, mas cada um tem seus gostos, né?”, diz. Apesar do esforço da esposa, Benedito diz já estar “aposentado das urnas”. “Já votei bastante. Agora vou parar.”