Alta no preço dos combustíveis gera correria e filas em Marília
Motoristas de Marília correram e fizeram filas nos postos de combustíveis até o início da tarde desta quinta-feira (10), diante do reajuste de 18,7% anunciado pela Petrobras para a gasolina. Conforme a empresa, além da gasolina, o diesel irá subir 24,9% e o gás 16%. O governo decidiu reduzir a defasagem da estatal em relação ao mercado internacional, que já beirava os 50%.
Na avenida João Ramalho, zona Sul, um dos postos com fila mais extensa na cidade ainda oferecia gasolina a R$ 5,89 por litro, na manhã desta quinta-feira (10). O etanol era vendido a R$ 4,09.
Filas também na zona Leste. Em um posto da avenida das Esmeraldas, o derivado de petróleo seguia custando R$ 5,97, o que provocou fila de veículos e muito serviço aos frentistas. Pouco depois das 14h o valor já havia subido cerca de R$ 0,50.
Logo após o anúncio da companhia [mesmo antes do repasse às distribuidoras], na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes o combustível já era anunciado, no início desta tarde, a R$ 6,65. No mesmo posto, na quarta-feira (10), o litro custava R$ 6,19.
DECISÃO
Após quase dois meses com os preços congelados, e em meio a pressões para não trazer a volatilidade do mercado externo para o Brasil, a Petrobras anunciou que vai aumentar a gasolina em 18,7%; o diesel, em 24,9%; e o gás de cozinha em 16%. Segundo nota da empresa, o gás de cozinha sofre aumento após 152 dias.
Os novos preços valem a partir desta sexta-feira (11). O preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro.
Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,54 por litro.
Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,81 por litro.
Para o GLP, a partir da sexta (10), o preço médio de venda para as distribuidoras, passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg, refletindo reajuste médio de R$ 0,62 por kg.
“Esse movimento da Petrobras vai no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda”, disse a empresa em nota, referindo-se aos aumentos promovidos este ano pela Acelen, controladora da refinaria de Mataripe, na Bahia, única refinaria vendida pela Petrobras até o momento, e que estão 27% acima do preço da estatal.
A Petrobras informou ainda, que apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo.
“Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento”, explicou a companhia.