Alysson de Souza, diretor do MAC, critica paralisação do futebol
O vice-presidente do Marília Atlético Clube (MAC), Alysson Alex de Souza e Silva, gravou um vídeo com mensagem de repúdio pela paralisação do futebol no Estado de São Paulo. As competições estão impedidas pela fase emergencial do Plano São Paulo, decretada nesta quinta-feira (11), pelo governador João Doria (PSDB).
O clube disputa o Campeonato Paulista da Série A3, que tem partida pela terceira rodada marcada para este sábado (13). A equipe ainda tem pela frente a Copa do Brasil, competição a qual teve acesso após a boa campanha na Copa Paulista 2020.
“O MAC é solidário às vítimas e tem preocupação com a pandemia, porém não é o futebol paulista sem público causador disso, tanto que existem regras médicas e sanitárias. Desta vez cadê o discurso de estar seguindo a ciência médica?”, questionou Alysson.
O dirigente reatou indignação e disse que a paralisação do futebol paulista, “em outras palavras, acaba com o futebol de São Paulo”.
“Como é que a gente fica? Jogaremos sábado agora (13) e depois paralisa por 15 dias. Foi assim o ano passado, 15 dias, depois mais 15 dias, depois mais 15 dias, vai embora o planejamento”, alertou.
O dirigente lembrou que os clubes já não têm mais receita de torcida (bilheteria). No caso do Marília, há um problema em especial, com receitas bloqueadas de cotas de TV e repasses da Federação. “A única receita que temos é de patrocinadores, agora vão fugir, porque o futebol de São Paulo vai parar”, lamentou.
Alysson reclamou que os protocolos deveriam servir, exatamente, para momentos como esse, e que há grande preocupação com a doença. Os clubes assinaram um documento de compromisso com a Federação, com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e com o Governo do Estado para seguir os protocolos do Plano São Paulo.
“Atletas são confinados, colocados em alojamentos. Vão dos alojamentos para os estádios e o contrário, seja nos jogos em Marília ou quando o MAC vai jogar fora. Não temos registro de Covid em nenhum atleta, nenhum funcionário e nenhum membro da comissão técnica depois da parada do ano passado”, apontou.
O dirigente afirmou ainda acreditar que é mais fácil um atleta ou funcionário do clube adquirirem Covid fora das atividades esportivas, do que no trabalho.
“O que mais me indigna, deixa revoltado, é que perguntado por um repórter (cita emissora) como ficaria a questão dos treinamentos dos atletas, porque muitas dessas equipes vão disputar campeonatos como Copa do Brasil e Libertadores, e isso não foi respondido”, reclamou.
Alysson, que já havia criticado a estratégia go governo paulista anteriormente, disse que o Plano São Paulo já “demostrou que não fez o vírus parar de circular”.
“Fica registrado o meu repúdio ao Governo do Estado por não olhar essa situação. Respeitamos o Governado do Estado, respeitamos o Ministério Público, mas como ficam os clubes?”, questionou.
A Federação Paulista de Futebol publicou nota oficial nesta tarde e anunciou uma reunião com o Governo do Estado e com o Ministério Público de São Paulo para segunda-feira (15). Confira manifestação na íntegra.
Após o anúncio do Governo do Estado de São Paulo, que determinou a Fase Emergencial do Plano São Paulo, a Federação Paulista de Futebol, os 16 clubes do Paulistão Sicredi – Série A1 se reuniram virtualmente nesta quinta-feira. Deste encontro, a FPF e os clubes se manifestam publicamente:
– A FPF e os clubes lamentam o gravíssimo nível que a pandemia de COVID-19 atingiu em São Paulo e no Brasil, com o alarmante aumento do número de casos e, principalmente, de mortes que estamos presenciando;
– Lembramos que há um ano o futebol de São Paulo, de forma consciente, paralisou suas atividades antes mesmo do início do período de quarentena imposto pelo Governo do Estado de São Paulo. Desde então, a FPF e os clubes têm seguido todas as recomendações científicas e médicas, prezando pela saúde de todos, utilizando, inclusive, o esporte como plataforma de educação e orientação aos torcedores com informações referentes à prevenção e combate à COVID-19;
– A FPF e os clubes reiteram que o rigoroso Protocolo de Saúde da competição, aprovado e elogiado pelo Ministério Público e pelo Centro de Contingência do Coronavírus, oferece aos profissionais do futebol e a todos os funcionários dos clubes um nível de controle não encontrado em qualquer outra atividade econômica, com testagens seriadas e acompanhamento médico diário. Desde o reinício dos jogos no ano passado, foram mais de 35 mil testes realizados por árbitros, atletas, profissionais e funcionários dos clubes de São Paulo;
– O Governo do Estado de São Paulo convidou a FPF e o Ministério Público Estadual para uma reunião às 9h de segunda-feira, na qual será discutido o calendário de jogos a fim de que, juntos, encontremos uma solução viável para adaptar as próximas rodadas da competição. Após este encontro, no mesmo dia, às 15h, FPF e clubes se reunirão para definir o agendamento dos jogos;
Por fim, FPF e clubes afirmam publicamente que o Campeonato Paulista seguirá seu curso de rodadas conforme previsto, as datas passarão eventualmente pelos ajustes necessários e a competição será concluída na mesma data prevista, 23 de maio.