Alta no preço do remédio afeta renda do mariliense
Não passou despercebido para o consumidor de Marília o aumento no preço dos medicamentos. Já nesta sexta-feira (1º), vários remédios – incluindo os de uso contínuo – foram reajustados. O governo federal autorizou a correção em até 10,89%.
A comerciante Maria Helena Costa, de 65 anos, ficou assustada com a alta no valor do dicloridrato de betaistina genérico que compra mensalmente. Desta vez, pagou R$ 19,90. Há pouco tempo, conta, o custo era de R$ 15.
“Está um absurdo. Não para de subir. Era um remédio bem barato, simples, para controle da pressão, mas está ficando muito caro. Ainda mais porque a gente não pode ficar sim”, diz.
A auxiliar de escritório Silmara Romeiro da Silva, de 20 anos, acompanha o drama da mãe com os medicamentos de uso contínuo. Em algumas vezes, é ela quem vai à farmácia. “Ouvi sobre o aumento de hoje, que é de 10%, mas no acumulado esses valores já dobraram. Minha mãe usava alguns de R$ 8, que agora já custam R$ 15”, afirma.
FLUTUAÇÕES
Variações sentidas pelo consumidor – além dos percentuais corrigidos pelo governo – podem ser reflexo das políticas de descontos das farmácias. No anseio de fidelizar clientes, as empresas aplicam valores diferenciados. Quando os preços voltam à tabela, acabam bem acima do que o consumidor estava acostumado.
Os descontos aplicados pelas redes podem ainda sofrer alteração de acordo com fatores diversos como, por exemplo, a oferta de insumos. Medicamentos mais escassos podem sair da lista de produtos com maiores descontos.
A aposentada Clorinda Redígolo afirma que trocou de farmácia e, logo no primeiro dia dos reajustes autorizados pelo governo, acabou pagando mais barato. “São estes descontos que as farmácias dão. Acabei não sentindo o aumento. Além disso, o médico trocou os remédios. Isso também altera o valor do gasto que vou ter mensalmente”, explica.
REAJUSTE ANUAL
A resolução com os percentuais de reajuste ao consumidor final foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), com o mesmo índice de ajuste máximo permitido para os medicamentos dos níveis 1, 2 e 3. Estes níveis se referem às classes terapêuticas de cada medicamentos, como analgésicos e anti-inflamatórios.
De acordo com a resolução, o aumento foi calculado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais fatores ligados à produtividade relativos a cada setor, conforme resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
A resolução diz ainda que para fazerem jus ao ajuste de preços, as empresas produtoras de medicamentos deverão apresentar relatório de comercialização à CMED até o dia 10 de abril.
O texto diz que as empresas produtoras deverão dar ampla publicidade aos preços de seus medicamentos, por meio de publicações em mídias especializadas de grande circulação. Os preços não podem ser superiores aos preços publicados pela CMED no portal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ao comércio varejista, caberá dar publicidade dos reajustes, mantendo à disposição dos consumidores e dos órgãos de proteção e defesa do consumidor as listas dos preços de medicamentos atualizadas.