Alta demanda dificulta compra de EPIs para enfrentar Covid-19
Com a alta demanda mundial, fornecedores não têm atendido pedidos para a compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) das prefeituras e hospitais. A situação foi relatada pelo secretário municipal da Saúde, Ricardo Mustafá. Campanhas de arrecadação e produção estão sendo feitas na cidade.
Para tratar pessoas com Covid-19, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem poderão necessitar, em grande quantidade, de itens básicos como luvas, capotes (espécie de avental descartável), máscaras cirúrgicas e de outros modelos com maior proteção.
Mustafá afirmou que tem participado de web conferências e o assunto é recorrente. “Devido à situação que enfrentamos hoje, estamos tendo dificuldades muito grande em todos os municípios, os estados e o Governo Federal, não somente em Marília”, disse o secretário.
Fornecedores sinalizam entregas abaixo dos pedidos ou simplesmente informam que não tem. O item mais difícil de comprar, segundo Mustafá, é a máscara cirúrgica, que também é vendida no varejo, para a população em geral.
“Eu poderia trazer uma lista de todos os fornecedores que estamos procurando. Isso é muito sério, porque se não tiver EPIs, vamos afetar justamente quem está na linha de frente: os nossos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Se eles adoecerem, quem vai cuidar da população?”, questionou.
Mustafá reforçou o apelo para que as pessoas fiquem em casa. Somente o achatamento da curva de transmissão – ou seja, evitando-se que muitas pessoas adoeçam ao mesmo tempo – a saúde terá tempo de se organizar para atender a todos que podem ter agravos da Covid-19.
Campanha
Cerca de 50 voluntárias, algumas costureiras, mas muitas pessoas que ganhavam a vida em ouras profissões, aderiram a um mutirão para produzir capotes que poderão proteger médicos e profissionais de enfermagem, que atenderão vítimas do novo coronavírus.
Já foram produzidos 10 mil aventais. O trabalho começou através de servidoras da secretaria municipal da Saúde – Vigilância Epidemiológica – e voluntárias que abraçaram a missão de costurar e preparar o material, feito em TNT na gramatura normatizada.
Uma das voluntárias é a mãe do secretário da Saúde do município, Soeli Mustafá. “Essa campanha é espontânea e está tendo muito sucesso. Recebemos uma doação de material na especificação que precisamos. Cada um está se doando como pode, disse Ricardo.
A dentista aposentada Luciane de Carvalho, juntamente com a filha, a designer e ceramista Raíssa Carvalho, estão tralhando voluntariamente em casa.
“Aqui a nossa rotina é costurar, dobrar, guardar e entregar os aventais que a Saúde vai precisar. Isso está acontecendo simultaneamente em uns 40 locais em Marília”, conta Luciane.
A expectativa, conforme Mustafá, é que não sejam necessários usar os aventais em Marília e a doação possa ser, posteriormente, redirecionada. “Nosso apelo é para que não tenhamos esse cenário de lotação na saúde, mas temos que nos preparar para enfrentar o que outras cidades e outros países já estão enfrentando”, disse.