Albuquerque é criticado após tentar silenciar protesto na Câmara
Durante o pequeno expediente, após se manifestar favorável à manutenção de 21 cadeiras na Câmara Municipal, o vereador José Carlos Albuquerque (PRB) foi alvo de críticas por parte de manifestantes que compareceram no plenário nesta segunda-feira (5).
Albuquerque foi chamado de arrogante por internautas durante a transmissão da sessão nas redes sociais ao pedir que os manifestantes se calassem ao ser vaiado. Ele disse que somente os vereadores tinham direito a voz durante as sessões da Câmara.
Antes do início da confusão, o vereador justificou que, como policial militar aposentado, continua seguindo as recomendações do Tribunal de Justiça, portanto é favorável à manutenção de 21 cadeiras para a próxima legislatura, em 2021.
“Quero me posicionar, não é segredo para ninguém, eu sou pela legalidade da Justiça. Eu aprendi quando se tem uma ordem judicial é preciso bom senso e cumprir. Nós temos por determinação do Tribunal de Justiça, pela Lei Orgânica do Município, que a próxima legislatura é 21 cadeiras. Já foi votado em 2011 nessa Casa, já foi definido. A justiça tardia, depois de seis anos, deu a resposta: é 21”, declarou o vereador.
Durante o discurso, Albuquerque foi interrompido por manifestantes. Eles estariam criticando a postura do vereador, que respondeu as acusações.
“O dia que os senhores quiserem responder é fácil: se candidatem e venham representar a população na Câmara. A população tem todo direito de se candidatar, se eleger e vir impor. Tem que sair candidato, dar a cara a tapa, pedir votos nos bairros. Se apresentar para população e ter serviço prestado”, disse Albuquerque.
O vereador também foi criticado por internautas durante a transmissão nas redes sociais. Eles disseram que Albuquerque não estaria fazendo nada mais que sua obrigação enquanto vereador eleito.
Ainda no discurso, Albuquerque repreendeu a postura de insatisfação de uma determinada parcela da população de Marília, supostamente os “críticos” do prefeito Daniel Alonso (PSDB).
“Para o pessoal do contra nada está bom nessa cidade. O Ipremm está recuperado. O povo não quer enxergar que os nossos postos de saúde têm remédios e médicos. Temos enfermeiros e dentistas para atender a população. Graças a operação tapa buraco, em dois anos, eu consigo transitar de Norte a Sul, de Leste a Oeste sem cair em um buraco“, disse.
O vereador foi interrompido pelas vaias dos manifestantes no plenário. Posteriormente, a vereadora professora Daniela (PR) também se opôs as afirmações do vereador em relação aos buracos da cidade. Ela afirmou que teve a frente do carro destruída porque caiu em um buraco no bairro Nova Marília 4, na zona Sul da cidade.
“Eu discordo do meu amigo, o vereador Albuquerque. Infelizmente eu não vejo que Marília está sem buracos […] Foi em uma sexta-feira, antes das eleições, o meu carro foi arrebentado. Por ironia do destino, o carro da vereadora caiu em um buraco. A gente manda consertar e corrige, mas e quem mora lá? Eu discordo do vereador Albuquerque em relação a isso”, contrariou a vereadora.