Agências bancárias perdem ‘espaço’ para serviços digitais em Marília
Com a ascensão da tecnologia e crescimento dos modalidades de serviços por aplicativos, os bancos se tornaram unidades de negócio, sem tantos caixas presenciais para movimentação em dinheiro. As agências bancárias têm se transformado cada vez mais em espaços obsoletos. Com isso, o número de unidades caiu significativamente em Marília com o passar dos anos.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Marília e região, Edilson Julian, explica que o cenário bancário mudou bastante durante e após a pandemia da Covid-19. Somente nos últimos cinco anos, a cidade perdeu oito agências e hoje conta com 28 delas funcionando presencialmente nos quatro cantos da cidade.
“O uso dos apps fez com que o público diminuísse nas agências presencias e, consequentemente, os bancos começaram a reduzir os caixas operacionais e se tornaram unidades de negócio. Os clientes tratam outros assuntos presencialmente com seus gerentes, a exemplo de movimentações financeiras mais altas”, comenta.
Para Julian, o atendimento digital tem sido optado por quem é dos anos 90 para cá. Contudo, quem tem mais de 40 anos pode sentir o impacto com os fechamentos. “Com a pandemia, os apps passaram a ser quase que a única opção para transações bancárias, pagamento de contas e solicitação de empréstimos. Foi quando surgiu o Pix. A circulação do dinheiro físico diminuiu muito”, complementa.
Ainda com a ascensão tecnológica dando as caras e mostrando a que veio, o presidente da categoria é reticente e não acredita numa era 100% digital num futuro próximo. “Ainda temos um público que opta pela movimentação do dinheiro físico, como aposentados e pensionistas, que pagam suas contas nas agências que ainda possuem caixas, lotéricas e compram seus remédios nas farmácias. No pedágio, por exemplo, usamos dinheiro em papel e moeda. Não acho que os apps possam atingir uma totalidade de aceitação”, avalia.
SUPERAPLICATIVO
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, diz que um superaplicativo – que deve reunir vários bancos em um único lugar – pode estar disponível no mercado brasileiro em um ano ou até menos. A declaração ocorreu em evento sobre tecnologia no setor financeiro promovido pelo Instituto Peterson em Washington (EUA) no mês passado, em paralelo às reuniões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A ideia é que o “superapp” funcione como um marketplace de produtos financeiros, onde o usuário terá acesso a todas as suas contas bancárias e conseguirá comparar, em tempo real, serviços como cartões e crédito, e migrar de uma instituição para outra facilmente, a depender da que for mais vantajoso.
“Acho que vamos ter isso muito em breve. Eu vi alguns protótipos e as pessoas estão trabalhando nisso. Quão relevante é? Já tivemos 74 bilhões de pedidos de APIs, o que significa que as pessoas estão pedindo dados de um ponto para outro. Então isso realmente está decolando e acho que isso nos leva a um nível diferente, porque você vai ter concorrência online, inclusão financeira e vai poder migrar de produto para produto em tempo real”, afirmou o presidente do BC.
Desde o início da implementação do open finance, que permite a clientes compartilharem informações de suas contas com diferentes bancos, o BC aponta viabilizar um aplicativo do tipo como um dos objetivos da iniciativa de inovação. Após três anos de lançamento do open finance, um marketplace nesses moldes ainda não surgiu.
Campos Neto disse que a iniciativa foi a mais difícil de ser negociada com os bancos em comparação com os outros projetos de inovação do BC – incluindo o Pix. Ele também apontou que a adoção do open finance é lenta e que a experiência do usuário precisa ser muito boa, do contrário a pessoa vai abandonar o app.
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