Agência de namoro resiste ao tempo com ‘cupidos profissionais’
Quem não gostaria de namorar a pessoa certa para o resto da vida, superando todo e qualquer obstáculo após o casamento? Mas onde encontrar a pessoa ideal? Mesmo com as redes sociais e inúmeras plataformas de encontros, as agências de namoro e matrimônio ainda encontram muita gente interessada em contratar os serviços.
Marília é sede de uma destas empresas. Há 23 anos, André Luiz e Roseli Carvalho são “cupidos profissionais”. Eles já perderam as contas de quantas uniões promoveram. A agência cadastra, cruza os perfis, orienta e viabiliza os encontros.
Mas o serviço vai muito além de um banco de dados com fotos e informações sobre preferências. A dupla atua como uma espécie de casal “coaching love”. André atende os homens; Roseli, as mulheres. Ninguém tem pressa. Nesse ramo, mais do que tudo, o que importa é a qualidade.
“Atendemos pessoas de todo o Brasil. Proporcionamos segurança, seriedade, sigilo, respeito e ética, porque muitas pessoas não querem se expor e correr riscos desnecessários nas redes sociais ou nos aplicativos”, acredita André.
Aliás, para o cupido profissional, o sigilo é fundamental. Em geral, ele explica, pessoas tímidas e mais criteriosas – que buscam ajuda profissional, ao invés de tentar a sorte em algum barzinho – não querem ser submetidas a julgamentos.
SERVIÇO ENTREGUE
Com uma família constituída, 20 anos depois, o sigilo agora é dispensável para a cirurgiã-dentista Kátia Rubira Peralta, de 48 anos, e para o empresário Ademir Peralta, de 49 anos. A história deles ajuda a explicar porque a busca por “cupidos profissionais” ainda resiste à tecnologia.
As informações prévias um do outro, antes mesmo de se conhecerem pessoalmente, deram condições seguras para o primeiro encontro e o início do relacionamento. Ninguém queria perder tempo e sabia exatamente o que buscava.
Isso fez toda a diferença para que hoje, junto com as filhas Marina (15 anos) e Luísa (11), eles sejam uma família feliz. Em janeiro deste ano, o casal completou 16 anos de casados e, neste sábado (12), celebra mais um Dia dos Namorados como companheiros de vida.
“Quando o Ademir fez a inscrição, eu já estava há um ano inscrita. A agência faz uma compatibilidade, através de programa no computador, que filtra as preferências. Cheguei a conhecer, se não me engano duas pessoas. Não passou da primeira conversa”, lembra a dentista.
Kátia conta que teve certo receio, se era ou não uma boa ideia se manter na agência. “Quando eu conheci o Ademir, isso acabou. Muita coisa havia coincidido (interesses). A Roseli mostrou a foto dele para mim, para saber se eu queria conhecer. Ele já tinha me visto, tinha gostado”, conta.
Depois do aval dela, foi Ademir quem ligou, convidando Kátia para jantar. “Foi muito agradável e já combinamos de sair uma próxima vez. No segundo, terceiro encontro, a gente já estava muito interessado um no outro. Nem tinha se beijado ainda, mas éramos praticamente namorados. Parece meio antiquado isso, mas… (risos) Foi assim”, lembra a mulher, que hoje faz o relato com bom humor e alegria pela família construída.
Quatro anos depois, claro, havia chegado a hora do tão esperado “sim”. Evidentemente, André e Roseli estavam lá, como padrinhos.
Aliás, esta é outra conta que eles também já perderam. Muitos dos atuais amigos são ex-clientes que fizeram questão de incluí-los na lista do casamento.
“Não importa o tempo. Nos mantemos [como cupidos profissionais] porque acreditamos que a agência é uma forma inteligente e segura, para a pessoa encontrar seu amor, chegar até uma pessoa que tenha o mesmo objetivo”, afirma André.
APLICATIVOS
Quando Kátia e Ademir se conheceram ainda não havia redes sociais – que hoje podem potencializar muitos encontros. A internet ainda engatinhava. Mas, por mais que alguns aplicativos ofereçam o cruzamento de perfis, a presença de “mediadores” ou “cupidos profissionais” fez toda a diferença.
Esse tipo de profissional pode ser a garantia de que, do outro lado, há uma pessoa de verdade.
“Eu já sabia o que eu queria e o que eu não queria. Eu buscava uma família, filhos. Nós ganhamos tempo. Eu recomendo para as pessoas. Acho que hoje está até pior do que na época. A chance de eu ter conhecido meu marido casualmente, em algum barzinho, alguém nos apresentar, é ínfima, quase nula. E deu tão certo. Então, para nós funcionou demais”, finaliza a cirurgiã-dentista.