Advogado ligado a Daniel e ao PL de Bolsonaro, Alysson se prepara para concorrer à Prefeitura
O advogado Alysson Alex Souza e Silva, 43, divide o seu tempo ocupando os cargos de assessor especial de Governo da Prefeitura de Marília e de vice-presidente do Marília Atlético Clube (MAC). Com mais de 20 anos de serviços públicos prestados, entende que é o momento de alçar voos maiores na cidade em que nasceu e foi criado.
Alysson trabalhou como procurador jurídico nas prefeituras de Guaiçara, Getulina e Guaimbê, antes de ingressar, por concurso público, no quadro de servidores da Faculdade de Medicina de Marília (Famema), quando se afastou para assumir função pública na Prefeitura de Marília.
Nos dois primeiros anos de mandato do prefeito Daniel Alonso (sem partido), Alysson Alex foi procurador jurídico do município até se tornar assessor especial de Governo, com status de secretário.
Apesar de vice-presidente do Marília, é ele quem toca de fato o MAC e defende a troca do gramado natural por um artificial. Apesar da licitação aprovada, o projeto não sairá do papel em 2024. O objetivo é possibilitar outros usos do estádio, fazendo com que o espaço passe a ser viável financeiramente.
Com a aproximação da eleição municipal deste ano, acreditando que pode contribuir para o crescimento e desenvolvimento de Marília, Alysson Alex pretende entrar na disputa para o cargo de prefeito e espera ser o candidato apoiado por Daniel Alonso.
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MN – Como foi sua infância em Marília?
Alysson – Nasci aqui em Marília no ano de 1980. Minha família morou bem no começo do bairro Cecap Aeroporto. Logo depois a gente se transferiu para a região do Clube dos Bancários, na zona sul. Quando eu tinha perto de 10 anos, nos mudamos para a região do Fragata, onde moramos por muito tempo. Vim de uma família católica, fui batizado na Igreja Santo Antônio, minha primeira eucaristia foi na Igreja São Bento e crismei na Igreja Nossa Senhora da Glória. Tenho essa ligação com a Igreja Católica, mas respeito muito todas as religiões.
MN – Em quais escolas você estudou?
Alysson – No meu início, até a sexta série, no Colégio Cristo Rei. Depois eu fui para a escola Professora Carlota de Negreiros Rocha, que fica ali no Fragata, mais ou menos nessa época que eu morei lá. Depois fui para o Interativo e ainda tive um ano na escola estadual Professor Amílcare Mattei. Tenho uma boa passagem, com histórico em escolas particulares, mas também em duas escolas públicas.
MN – Você teve uma infância bem tranquila, com uma família bem estruturada?
Alysson – Sim. Tive uma base familiar muito boa. Obviamente não sou de família de milionário, de abastado, mas cresci em uma família de uma classe média, que se dedicava muito. Meus pais sempre fizeram isso para dar boas condições de estudo e crescimento para os filhos. Eu tive um bom estudo, basicamente em escolas particulares, mas tive passagens por escolas públicas e entendo suas necessidades.
MN – Como surgiu o interesse pelo Direito?
Alysson – Eu me formei em Direito pela Fundação Eurípedes Soares da Rocha (Univem). Tenho duas irmãs e eu sou filho do meio. Uma irmã é formada em Química Industrial e a outra irmã em Assistência Social. A escolha da profissão sempre foi muito livre dentro da minha casa, mas por olhar muito para o meu pai, advogado, obviamente eu escolhi o Direito e gosto demais. Eu sou um advogado nato. Gosto dos corredores do Fórum, aquela coisa de tribunal, de defender o cliente mesmo.
MN – Com a mudança para os processos digitais, hoje em dia já não se vê tanto advogado no Fórum. Sente falta disso?
Alysson – Eu estive recentemente no Fórum para ver umas situações e senti saudades daquele Fórum movimentado. Hoje a audiência é virtual, o processo você não protocola mais lá. Não é mais físico, é eletrônico. Hoje você não precisa ir ao Fórum ver mais o processo, você já vê do seu computador, do seu escritório, da sua casa, então mudou muito, mas tinha muito isso. A proximidade com as pessoas era grande e eu gosto muito disso. Cresci vendo isso.
MN – Frequentou muito o Fórum na sua infância?
Alysson – Sou da época que o Fórum não tinha nem aquela grade no entorno. Tinha o seu Joaquim, que morava ali embaixo e era o zelador. O filho dele, o Edinho, brincava comigo de bola no jardim do Fórum, enquanto meu pai estava vendo o processo no balcão. Não tinha nem 10 anos nessa época. Era bem criança ainda. Muita gente do Fórum me conhece desde a minha origem.
MN – Então você se decidiu pelo Direito?
Alysson – Nesse período eu residia ali no Jardim Acapulco. Fui estudar e fiz Direito na Fundação, que depois se tornou Univem. Comecei trabalhando em prefeituras da região, principalmente na região de Lins. Passei pelas prefeituras de Guaiçara, Getulina e Guaimbê. Morei fora neste período, mas muito presente em Marília, por conta da família. Foram exatos seis anos que eu fiquei fora e retorno para Marília, já formado como advogado, após ingressar nos quadros da Famema por concurso público, a princípio como servidor da área administrativa. Tenho ainda hoje um vínculo com a Famema, por meio da Fundação Municipal de Ensino Superior de Marília (Fumes).
MN – Qual era sua função lá dentro?
Alysson – Migrei por várias funções lá dentro, até chegar ao Departamento Jurídico. Como o modelo de contratação ainda era o mesmo de antes da Constituição de 88, poderia ter essas situações de você ter o que a gente chamava no passado de promoção por acesso. Então você vai para outras funções maiores, conforme o seu desempenho, sua dedicação e competência. Juntando as prefeituras e a Famema, quando entrei na Prefeitura de Marília, em 2017, já tinha quase 15 anos de serviço público. Já era um pouco tarimbado e experimentado na área pública, já advogando de forma intensa.
MN – Hoje em dia a profissão de advogado já não é mais como na época do seu pai?
Alysson – A advocacia está muito difícil, de verdade. Hoje os grandes escritórios se especializaram. O advogado sozinho, aquele profissional liberal, que era muito comum, era uma figura mais individualizada. Hoje a advocacia profissionalizou nesse aspecto também de virar empresa. Viraram grandes empresas, grandes escritórios com 40, 50, 80 advogados.
MN – Foi essa especialização que você também buscou?
Alysson – Comecei a ter as minhas vocações no Direito Público. Foi quando eu conheci o prefeito Daniel. Advoguei para vários políticos de Marília, vários vereadores, ex-vereadores e partidos políticos. Já fazia isso de forma regional, defesa no Tribunal de Contas e de ações ligadas à improbidade administrativa. Me especializei em Direito Público, Eleitoral e Político.
MN – Tinha muitos especializados nessa área naquela época?
Alysson – Era um dos únicos da cidade com essa especialização. Hoje eu já vejo outros profissionais, o que é muito legal, mas costumo dizer que isso é um legado. Vejo outros escritórios se especializando nessa área, o que até então não tinha.
MN – Você participou de todas as campanhas do Daniel?
Alysson – Desde a primeira eleição que ele participou como candidato, sempre atuei como advogado político. O Daniel, obviamente, foi um dos que mais passei a me identificar e ele a se identificar comigo. Isso é natural. Você passa a se tornar um amigo do cliente. Não foi só o caso do Daniel. Tive vários outros clientes que se tornaram amigos.
MN – Como é o início como advogado?
Alysson – Principalmente no início da advocacia, isso é natural, você faz uma espécie de clínico geral. Você precisa trabalhar e pegar serviço. Depois você vai se especializando mesmo, mas no começo atua em várias áreas.
MN – Quando recebeu o convite para fazer parte da administração municipal em Marília?
Alysson – Acaba a eleição de 2012 e eu continuo com o Daniel. Depois da eleição de 2016, ele é vitorioso e então eu recebo o convite para vir para fazer parte do governo. Naquele momento, eu não esperava. O Daniel contratou o serviço do escritório do Alysson. Fui contratado profissionalmente e ele me pagou. Não existia nenhum compromisso. Não se passava pela cabeça mesmo.
MN – Inicialmente você era procurador?
Alysson – No primeiro momento eu viro procurador-geral do município, por dois anos. O governo, inicialmente, teve muita dificuldade política e de entender a máquina pública. É normal. Foi um governo que veio para desbravar. Eu acho que tem muito a ser feito na cidade, isso é verdade, mas muito foi feito nestes oito anos. É visível como era a cidade e como está hoje. Eu falo isso em todos os aspectos.
MN – Qual é o seu papel como assessor especial?
Alysson – Eu tenho consciência que a minha figura no governo muitas vezes foi, como que eu posso dizer, não vou dizer polêmica, mas uma figura que sempre teve um holofote ligado, porque eu sempre fui o maior defensor desse governo. A pessoa que mais defendeu o governo do prefeito Daniel Alonso, desde o período em que ele entrou, desde o primeiro dia, até hoje fui eu. Eu falo isso com todo o respeito a todos os demais secretários. Sou um advogado de carreira. Mas um advogado na sua essência. O advogado na sua essência ele é um cara questionador, combativo, que traz resultado, traz resposta, cumpre palavra, compromisso, tem responsabilidade e cumpre prazos. Então esse profissional, com essa característica, tem muito a ver comigo.
MN – Já foi criticado pela forma como defende o prefeito?
Alysson – Muitas vezes fui chamado de pitbull do governo, escudo do governo do prefeito Daniel. E óbvio que nesse cenário muita gente confunde. Não existe rabo preso com ninguém aqui dentro. Existe compromisso, comprometimento e relacionamento no aspecto profissional.
MN – Por quais motivos seu nome surge como opção para o cargo de prefeito de Marília?
Alysson – Por tudo que estamos fazendo, meu nome começa a aparecer como possibilidade de forma natural, pela fidelidade, pela lealdade ao grupo, pelos bons serviços prestados para a população.
MN – Como você avalia o que estão fazendo junto ao MAC?
Alysson – Faz tempo que o futebol não é mais só futebol e a gente tem trazido essas boas práticas dentro do MAC. Todos os anos nós organizamos a Copinha. Nós transformamos o ingresso em alimento. Foram quase 30 toneladas todos esses anos. O MAC é uma associação sem fins lucrativos. Estamos com o projeto ‘MAC nas escolas’. O clube está crescendo com isso. Pela primeira vez na história, vamos ter um clube de futebol na cidade que vai disputar as categorias sub-11, sub-12, sub-13, sub-14, sub-15, sub-17 e sub-20, além do profissional feminino e feminino de base. Estou gerando emprego, gerando renda e trazendo movimento para o estádio.
MN – Mesmo sem o tão sonhado acesso, dá para falar que existe um resultado positivo?
Alysson – Nós vamos ganhar um prêmio agora, que nós vamos divulgar em breve, com a segunda melhor gestão de futebol do Estado de São Paulo. O MAC só está na A3, mas não estou falando de resultado esportivo. Nós estamos falando de resultado de gestão financeira, administrativa, jurídica. Aprovamos a recuperação judicial. O MAC conta com uma dívida de R$ 25 milhões, que vai ficando para R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões. Isso é gestão. Isso é trabalho. Tem pessoas olhando para a gente. Hoje a gente ministra a palestra na CBF Academy. Não é à toa.
MN – Quando começa a formação da equipe feminina do MAC?
Alysson – O campeonato começa dia 22 de maio. Começamos a formação do time com a contratação do técnico. Na verdade, é um técnico que já pertence ao staff do MAC, que é o Vinícius Costa. Vamos divulgar nos próximos dias os peneirões do feminino. Já temos uma base montada em parceria com a Secretaria Municipal de Esportes. Vamos buscar meninas, não só de Marília, mas de toda a nossa região.
MN – Como está a questão do gramado?
Alysson – Eu sou um dos defensores do gramado de grama sintética. Só que eu acho que ainda precisa ser mais esclarecido para as pessoas.
MN – Causa preocupação ver o que está acontecendo lá no Palmeiras?
Alysson – Em primeiro lugar, nós não vamos trocar mais esse ano. É a primeira coisa. Já para esclarecer, já de início, não trocamos ano passado por questões financeiras e não é prioridade esse ano. Eu acho que tem uma licitação, tem uma empresa que ganhou, mas nós não vamos trocar.
MN – O que mudou?
Alysson – O problema neste momento é de ordem financeira. Há uma projeção de um ano difícil. A saída do Abreuzão é trocar o gramado. Nós temos um estádio maravilhoso, no coração de Marília. A sua localização, eu acho que não tem nada em Marília mais bem localizado que o estádio, mas a gente não pode ter um espaço, uma arena daquela, tão bem localizada, só para a prática do futebol profissional. Nós precisamos começar a usar aquilo lá, ter um espaço multiuso. Servir para espaços de shows, de eventos musicais, religiosos. Se você pegar as grandes arenas, hoje tem casamento, é alugado para casamento, é alugado para festa de criança, congressos, palestras e tudo que você imaginar. Tem que servir para isso. O mariliense que está ali caminhando na Esmeralda vai pegar o Abreuzão aberto e vai dar mais uma volta no gramado. Ali pode ter uma casa de suco, uma lanchonete, um barzinho. Temos que usar aquele espaço ali para tudo, em todas as formas.
MN – Isso ajudaria nos custos de manutenção do estádio?
Alysson – A manutenção é custosa e tem que se tornar viável. Tem que começar a se pagar. Um dos caminhos é esse. E o primeiro passo, que hoje faz ter muita restrição de acesso, é o gramado. Não pode fazer nada, pois vai machucar o gramado. Se você coloca uma grama artificial dessa, você democratiza o espaço.
MN – O Palmeiras conta com gramado sintético e está enfrentando problemas.
Alysson – O que está acontecendo e tem acontecido em alguns lugares, em especial no Allianz Parque, é que não estava ocorrendo mais a manutenção do gramado. Não acho que a gente vai colocar o gramado sintético e não vai ter mais problema, no que diz respeito à manutenção. Só que a manutenção, ela cai. Se você for hoje no Mirassol ou no Novo Horizontino, que a grama não é sintética, a manutenção custa próximo de R$ 200 mil por mês.
MN – Mas como está hoje o gramado do MAC?
Alysson – Hoje o gramado, visualmente, às vezes, você vê ele muito bonito, mas se for próximo, ele está cheio de praga, de invasão de outras gramas, de problema de minhoqueiro. É um gramado que, se o MAC chegar na primeira divisão, a primeira coisa que a Federação vai pedir é para melhorar. A manutenção do gramado sintético vai custar em torno de R$ 10 mil. Tem um sistema de escovação desse gramado e eles passam um detector para evitar o que estava acontecendo no Allianz Parque. O medo da lesão não é pelo gramado artificial, e sim o mau uso do gramado artificial. Para o MAC é muito melhor trocar a grama para a natural e vida que segue. Eu estou pensando na cidade quando eu falo em grama artificial. Estou pensando no meu município, no aspecto de a gente fazer o marilense usar mais aquele local.
MN – Como avaliou a última Copinha em Marília?
Alysson – A Copinha foi um sucesso. As coisas que eu mais ouvi foi como o estádio está bonito, como está lindo. Tivemos casa cheia todo jogo. O estádio não estava bonito daquele jeito sozinho. Alguma coisa foi feita, ou seja, nós estamos cuidando.
MN – Como é que você vê a situação hoje do MAC? Ainda dá para buscar classificação na A3?
Alysson – Eu acho que sim. Sobre o time da profissional da A3, eu acho que a competição é dura, difícil, mas a gente acredita muito no trabalho que está sendo feito e estamos no caminho. Algumas medidas nós estamos adotando nesse momento. Houve um desligamento de um atleta. Estamos fechando duas contratações para dar uma resposta na sequência da competição. A gente acredita muito. O futebol hoje é muito nivelado na parte física e você tem uma competição que só classificam dois. Se a competição da A3 subissem quatro, como já aconteceu no passado, nós tínhamos subido duas, três vezes.
MN – Como você avalia o futebol brasileiro na atualidade?
Alysson – A nossa gestão cai justamente no momento de transição do futebol brasileiro. O futebol brasileiro está passando por um momento de transição muito grande, desde lá de cima até aqui embaixo. O que acontece com a Seleção Brasileira não é por acaso. É um momento de transição. Todo mundo está tendo que se refazer, se reinventar. Muita coisa está mudando e muita coisa mudou.
MN – Qual sua avaliação sobre o trabalho do Cleber Gaúcho?
Alysson – O Cleber, para mim, é um dos melhores, se não o melhor treinador da divisão, mas isso não é garantia de resultado. O que eu posso dizer para você? Existia uma especulação muito grande sobre uma possível queda do treinador, caso o MAC não vencesse o último jogo, mas eu não sei quem tirou isso, porque nunca saiu da nossa boca. A gente está vivendo o dia a dia do clube e sabe que o problema não está na condição técnica do treinador.
MN – Onde está o problema?
Alysson – Foi falado internamente e publicamente. Nós temos um grupo muito bom de atletas que não está, neste momento, ainda rendendo o que a gente espera. O time ainda não encaixou. Ponto. Só que veja bem, nós não estamos jogando bem e ninguém ganha de nós. Imagine se esse time estivesse jogando bem. Nós tivemos duas partidas muito ruins, mas mesmo assim, nós não perdemos. Nosso time é bom e competitivo. Agora, eu não tenho como garantir o acesso. O futebol ganha quem colocar mais bola dentro da rede. Nós temos um grupo muito bom, mas 70% ou 80% dos atletas não estão fazendo ou dando aquilo que podem dar.
MN – Você falou que vocês estão atrás de dois jogadores. Que posição vocês estão atrás?
Alysson – As duas posições são para jogadores de ataque. Um centroavante e um atacante de lado, que a gente chama o extremo. Estamos em busca de atacantes que tenham característica de fazer gols.
MN – Como está a relação da diretoria do MAC com as torcidas organizadas? Você já foi da torcida organizada?
Alysson – Sim. Como eu frequentava muito o Abreuzão, eu não cheguei a ser presidente das organizadas, mas eu fui membro. Eu acho que torcida organizada tem gente boa e gente ruim, como qualquer lugar. Torcida organizada tem uma discriminação nesse ponto, mas como eu sempre fui um torcedor maqueano, eu acompanhava e eu passei a viajar. Eu nunca tive problema com fanatismo. Sobre as torcidas, o MAC tem duas torcidas e elas tiveram um desentendimento entre si em Presidente Prudente. Elas foram punidas e em decorrência dessa punição, elas passaram a ser proibidas no estádio. As torcidas estão, nesse momento, proibidas de entrar com seus instrumentos e faixas. É histórico que o MAC sempre faz uma doação de ingressos para as organizadas, mas em decorrência dessa punição, a gente não fez o fornecimento desses ingressos e isso gerou um desconforto entre as duas torcidas conosco. Uma das torcidas já entendeu e dialogou conosco e isso foi superado. A outra torcida, além de não ter sido superada a situação, ela tem sido utilizada por um viés político muito grande.
MN – Qual motivo te faz acreditar nisso?
Alysson – Ela publicou notas falando até em questão de voto político partidário, sendo que nós não estamos nem em um período de eleições. Podemos estar em um ano eleitoral, mas não em um período de eleições, até porque, nesse momento, ninguém é candidato. Eles vieram fazer o pedido negativo de voto, então assim, acho estranho. Existe cunho político partidário. Existe direcionamento para fazer cânticos negativos contra as pessoas da diretoria do MAC, então aí perdeu totalmente o seu porquê de existir. É uma torcida que não está torcendo para o MAC, é uma torcida para o grupo político.
MN – Você acha que hoje tem ido pouca gente ao estádio?
Alysson – Isso é histórico. Eu vi esse levantamento de informação. Isso também é instrumento da política. Sempre foi assim. Sempre um público de 500 a 1.000 pessoas nos últimos 20 anos. Na fase boa esse público engorda, mas está sempre nessa faixa. Por isso eu acho que o Abreuzão tem que ser mais democratizado, para a gente não ter um evento só para 1.000 pessoas.
MN – Você acha que, de repente, diminuindo o valor do ingresso, aumentaria o número de pessoas?
Alysson – O valor do ingresso é o mínimo da federação, a gente cobra R$ 20. Com a possibilidade de pagar R$ 10 em meia entrada. Outro fator é que hoje você assiste o jogo do MAC de onde você estiver, porque é todo campeonato é televisionado. Você vê os jogos do MAC com o maior número de audiência de todos. Teve um jogo do MAC que tinha 7.000 simultâneos e no Abreuzão tinha 1.000 pessoas. Talvez, pelo menos, 500 a 1.000 que estão assistindo lá em casa, iam estar assistindo no estádio se não tivesse a transmissão, mas tem que passar na TV, para os patrocinadores terem sua marca divulgada, sou totalmente favorável. O que vai fazer o público voltar ao MAC é uma sequência de vitórias. Quem quiser se candidatar e continuar o projeto do MAC, está à disposição. Para ser candidato do MAC, basta ser sócio, virar conselheiro e depois tentar ser presidente. Eu passo tudo o que a gente fez lá e torço para que dê sequência. Eu tenho a cabeça limpa e tranquila. Temos duas Copas do Brasil, até então inéditas, dois vices campeonatos de Copa Paulista, um vice da ‘Bezinha’, que eu fazia parte da gestão, além do título do feminino,
MN – Você pretende ser candidato para presidente do MAC?
Alysson – Isso vai depender muito. Não sei. Vai depender muito de como vai ser. O que vai acontecer daqui para o final do ano. É público que eu hoje pretendo ser candidato a prefeito. Eu sempre brinco. Hoje eu sou candidato a candidato, porque eu posso me tornar pré-candidato, posso me tornar candidato para depois me tornar prefeito. Então tem uma jornada de quatro ou cinco faixas a serem vencidas.
MN – Mas e quanto ao MAC?
Alysson – Eu não pretendo, se eu viesse a ser prefeito de Marília, ser presidente do MAC. O Daniel fez isso, mas o Daniel tinha o Alysson para cuidar para ele, igual eu estou cuidando. Vai depender de muita coisa aí. O estatuto do MAC fala que a eleição pode acontecer de 1º de julho a 31 de dezembro. Não tem data específica, diferente de uma eleição municipal, mas historicamente as eleições têm ocorrido após as eleições municipais. Eu não sou presidente do MAC hoje e ajudo bastante. Não preciso ser presidente do MAC ano que vem para continuar ajudando. Isso o MAC pode esperar de mim. Continuar ajudando o MAC de alguma forma. Claro que se, de repente, ganhar outra diretoria nas eleições
e não quiser minha ajuda, eu tenho que ir. Vou respeitar e entender.
MN – Existe a possibilidade do MAC se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF)?
Alysson – Cara, eu acho que isso é o futuro do futebol. Só que isso, para mim, é um processo. Como você estava falando de treinador. Hoje o futebol me ensinou. Hoje eu sou até graduado em gestão de esporte e futebol. Os cursos que eu me capacitei para ser gestor de futebol profissional, me dizem que o futuro é se tornar SAF. O processo é tudo o que nós estamos fazendo, inclusive a Recuperação Judicial (RJ).
MN – Essa recuperação faz parte do processo?
Alysson – Faz parte do processo, para mais para frente, se tornar uma SAF. O MAC hoje é case nacional, inclusive em reuniões a nível de CBF. Você quer virar SAF? Faz a RJ primeiro, igual o Marília. Marília e Guarani, no estado de São Paulo, são os dois únicos que estão fazendo. O pessoal da Portuguesa me ligou esses dias, perguntando o que estamos fazendo. Eles querem saber o que nós estamos fazendo. Então o MAC tem se tornado case de gestão.
MN – Voltando ao processo eleitoral para a Prefeitura de Marília. Como está a disputa internamente?
Alysson – Existe uma disputa e muita gente querendo ser prefeito. Eu demorei para perceber isso. Eu achava que tinha o meu nome e o do Cícero. Até porque tem alguns nomes que ventilavam e eles negavam, mas recentemente eu vi que tinha algumas outras pessoas que tinham vontade. Com todas elas eu dialoguei. O clima é o melhor possível. O ambiente é amistoso, com todo mundo se respeitando e cada um fazendo o seu papel.
MN – E o que vai definir? Algumas pesquisas para ver quem tem mais condição?
Alysson – Essa é uma, mas de verdade, nós vamos definir com o nosso grupo. O grande líder do nosso grupo é o prefeito Daniel Alonso. É óbvio que vai passar por todos, mas o martelo final vai ser batido por ele. Deve passar por pesquisas também para ver quem tem mais chance. Eu acho que são vários critérios. Critério de experiência, de capacidade, de ser experimentado. Eu falo isso com muita humildade e tranquilidade possível. Nesse ponto, a gente sai um pouquinho na frente de quase todos os nomes do governo.
MN – Você nunca foi candidato?
Alysson – Nunca fui candidato a nada. Candidato a cargo eletivo público pode ser a primeira vez. Não é fácil, tá? Uma coisa é você falar que está pensando em ser. Mas na hora que você coloca seu nome ali na disputa, não é fácil.
MN – Existe a possibilidade do Bolsonaro vir aqui para Marília nesse período eleitoral?
Alysson – Existe.
MN – Tem conversa em relação a isso?
Alysson – Tem conversa. O Bolsonaro vai apoiar a candidatura do PL. Independente de quem seja o nome, o governador Tarcísio vai apoiar a candidatura do PL também. Ele vai apoiar o candidato do PL. O candidato do Bolsonaro em Marília sai do PL. Tem uma identidade muito grande com a cidade e a cidade com ele.
MN – Você acha que esse é um fator que pode ser fundamental?
Alysson – Eu acredito que esse é um fator extremamente significativo. Nós temos muitas ideias que coadunam com aquilo que hoje a direita prega, sobre família, igreja, prosperidade e amor. É o que o PL nos prega.