Acusado de envolvimento em homicídio é denunciado pelo MP
Vítima tenta fugir de assassinos no Jardim Santa Antonieta, zona Norte de Marília (Foto: Reprodução)
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) denunciou Johnny Matheus da Silva de 22 anos para a Justiça de Marília, por envolvimento no assassinato de Jacy Félix da Silva, de 44 anos, praticado em outubro deste ano no Jardim Santa Antonieta, zona Norte.
A vítima foi violentamente espancada com golpes desferidos por um pedaço de madeira, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O motivo do homicídio seria dívida de drogas.
De acordo com a acusação feita pelo promotor Rafael Abujamra, o inquérito policial apontou que, no dia 11 de outubro de 2022, às 03h50, na rua Irineu Dávila Garcia, impelido por motivo torpe, o acusado teria prestado auxílio material e moral para que dois menores de idade de 16 e 17 anos, com emprego recurso que dificultou a defesa da vítima e de meio cruel, matassem Jacy Felix da Silva. O rapaz teria corrompido adolescentes para a prática do homicídio.
Segundo apurado pela Polícia Civil, o jovem é suspeito de comandar um ponto de venda de droga. Os menores de idade supostamente trabalhavam para ele, no gerenciamento e comercialização dos entorpecentes.
No dia dos fatos, impelido pelo torpe motivo de dívida de drogas contraída pela vítima com seu ponto, o acusado e os menores foram atrás d de Jacy.
De acordo com a Promotoria, o rapaz conduziu o veículo Volkswagen Gol de cor prata, pertencente a um dos menores. O carro tinha os dois adolescentes como passageiros. O trio teria visto a vítima e passaram a persegui-la. Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que Jacy Felix fugia dos três.
Ao alcançarem Jacy, os adolescentes iniciaram uma sessão de espancamento. Eles estariam cumprindo ordens de Johnny Matheus da Silva. A ação teria dificultado a defesa da vítima, pois em franca superioridade numérica e sem que a vítima esperasse brutal ataque, foi agredida de forma violenta e cruel, causando sofrimento psicológico atroz e desnecessário, com golpes de um pedaço de madeira na cabeça.
Conforme o MP, na sequência, o acusado deu fuga aos comparsas mirins no veículo usado para perseguir Jacy. O menor de 17 anos confessou a prática delitiva. Johnny negou envolvimento e afirmou não ter visto as agressões sofridas pela vítima, sabendo apenas depois do que havia ocorrido.
Johnny Matheus da Silva foi denunciado pelo promotor Rafael Abujamra, acusado de homicídio qualificado e corrupção de menores. Ele também pediu a prisão preventiva do suspeito.
“Por fim, encampo a representação da autoridade policial, a fim de que seja decretada a prisão preventiva do denunciado. Presentes situações que autorizam a prisão preventiva. É evidente que, solto, o denunciado encontrará os mesmos estímulos que o levaram à prática criminosa. Ao que consta, não trabalha e é traficante de drogas, estando associado com outros indivíduos, sendo responsável pelo comando do comércio”, diz o promotor na ação.
Abujamra afirmou que a prisão preventiva deveria ser decretada como forma de preservação da ordem pública, sendo necessária para a instrução criminal e importante garantia da futura aplicação da lei penal. O promotor disse ainda na denúncia que a ordem pública é um dos fundamentos da prisão preventiva, consistente na tranquilidade no meio social.
“Quando tal tranquilidade se vê ameaçada, como no caso dos autos, deve ser decretada a prisão preventiva, a fim de evitar que o agente, solto, continue a delinquir. A necessidade de se prevenir a reprodução de novos delitos é motivação bastante para prendê-los. A custódia preventiva é uma forma eficaz de se assegurar a futura aplicação da pena, que será fatalmente frustrada caso, desde logo, não se prenda o agente”, finaliza Rafael Abujamra.