Acusado de crime bárbaro em Pompeia é preso em Campo Grande
Equipe do Grupo de Pronta Intervenção (GPI), unidade de elite da Guarda Civil de Campo Grande (MS) – distante 629 quilômetros de Marília – prendeu na tarde desta segunda-feira (8) o psicólogo Fabrício Buim Arena Belinato, de 36 anos, acusado de matar a esposa e a enteada de nove anos em Pompeia.
Com cabelo raspado e uniforme de trabalho, ele foi preso após ter sido reconhecido por guardas municipais em uma obra no Jardim Macaúbas, região sul da capital do Mato Grosso do Sul.
O delegado Cláudio Anunciatto Filho, titular da Polícia Civil de Pompeia, confirmou a prisão e disse que a polícia havia intensificado o compartilhamento de informações com todas as forças de segurança da região Centro Oeste do país. No final de semana, Fabrício escapou por pouco na cidade de Bataguassu (MS).
“Estávamos guardando sigilo, mas realmente era ele em Bataguassu (MS), no sábado. Fomos para lá assim que recebemos a informação, estivemos no hotel, mas ele já havia saído. Disparamos um alerta para toda a região”, disse o delegado em referência a uma busca no último final de semana, a cerca de 50 quilômetros de Campo Grande.
Anunciatto disse ainda que uma equipe da Polícia Civil local vai partir nas próximas horas para Campo Grande, afim de trazer o psicólogo para ser ouvido e recolhido em uma prisão de São Paulo.
A expectativa é que ele chegue na região no final da tarde desta terça-feira, mas por medida de segurança, a polícia não revelou se Fabrício será trazido para Marília ou Pompeia.
O crime
Cristiane Arena, de 34 anos, e Karoline Vitória, de apenas nove anos, foram assassinadas e enterradas no quintal de uma residência no bairro Distrito Industrial em Pompeia. A suspeita é que Fabrício tenha agido junto com sua outra enteada, de 16 anos.
A mãe estava sob um contrapiso que havia sido feito recentemente para ocultar o corpo. Já a menina em uma cova mais profunda, próximo de uma árvore e uma piscina, sendo necessário o uso de uma escavadeira para retirar o corpo.
As duas estavam desaparecidas desde o fim do ano passado. A polícia começou a investigar o caso após receber, através do Conselho Tutelar, denúncia de suposto cárcere privado. Os policiais se dirigiram até o imóvel diversas vezes, até localizarem na residência apenas o homem e a outra enteada.
Os dois afirmaram à polícia que Cristiane havia abandonado a casa junto com Karoline para morar com outro homem. A adolescente teria confirmado a versão de abandono por parte da mãe.
Enquanto Cristiane estava desaparecida, a irmã dela usava as redes sociais para tentar encontrá-la. A mulher chegou a declarar em vídeos que não acreditava que Cristiane tivesse desaparecido. Ela também afirmou que a sobrinha de 16 anos estava se relacionando com o padrasto.
Durantes as investigações os policiais constataram que o padrasto e a enteada tinham movimentado a conta corrente de Cristiane, inclusive sacando dinheiro da conta dela.
A descoberta gerou desconfiança da polícia, que foi até a residência e notou um novo concreto no quintal, reforçando ainda mais a hipótese de um possível crime.
Detida, a adolescente se recusou a falar. Os exames necroscópicos vão determinar as causas das mortes, que inicialmente seria facadas em Cristiane e golpe na cabeça da filha.
Os laudos também vão esclarecer há quanto tempo elas estavam sepultadas na própria casa.