Abelardo Camarinha tem direitos políticos cassados
O deputado estadual Abelardo Camarinha (PSB) teve seus direitos políticos cassados em julgamento realizado nesta quinta-feira (28), no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em São Paulo.
Camarinha foi tornado inelegível por oito anos por uso indevido dos meios de comunicação social na eleição de 2014.
Para o relator do processo, desembargador Mário Devienne Ferraz, Camarinha “tinha vínculos” com os proprietários dos jornais Diário de Marília e do extinto Correio Mariliense (que pertencia ao mesmo grupo que comanda a TV Marília atualmente), sendo nitidamente favorecido, nas eleições de 2014, por uma série de chamadas jornalísticas que objetivaram alavancar a candidatura do político em busca de votos.
O político mariliense foi cassado por unanimidade pelos desembargadores do Tribunal, com 6 votos a favor e nenhum contra.
Uma das alegações da defesa de Camarinha era a de que ele, por ter longa tradição pública, tinha destaque natural nos jornais, mas essa tese foi rechaçada pela Corte paulista, que não viu o mesmo tratamento dos periódicos com os outros candidatos. Para os magistrados, houve “desequilíbrio de forças” na eleição.
“O recurso suspensivo da decisão é automático. Por enquanto não muda nada. O Abelardo continua no cargo. Nós vamos esperar a publicação do acórdão para analisar com calma e entrar com o recurso que será julgado no Tribunal Superior Eleitoral”, explicou o advogado de defesa na ação, Cristiano Mazeto.
“É de se estranhar a decisão. Cerca de 60 dias atrás ganhei uma ação igualzinha. Achei uma medida muito pesada contra a vontade popular. Enquanto eu tive quase 80 mil votos, a pessoa que entrou com a ação (o ex-vereador de Marília, Eduardo Nascimento) teve somente 8 mil. As entrevistas em 2014 foram como deputado federal que eu era na época e não como candidato. Sinceramente acho isso muito estranho. Continuo defendendo Marília e região com firmeza. Tenho certeza que vamos reverter essa decisão em uma instância superior”, disse Abelardo Camarinha.
A reportagem entrou em contato também com o Eduardo Nascimento, o autor da ação, mas não obteve retorno.