Abandonado há quase 20 anos, prédio do Cefam já foi negado ao município
Excluído do leilão de imóveis do governo paulista, o prédio do extinto Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério (Cefam) segue abandonado desde o encerramento de suas atividades, em 2005.
Desde então, durante quase duas décadas, a Prefeitura de Marília chegou a solicitar ao Estado para implantar iniciativas de seus programas de governo sem que houvesse avanço em nenhuma das ocasiões.
É o que consta no último dos ofícios sobre a questão enviados pelo Executivo ao Legislativo, de 6 de dezembro de 2024. “A resposta do Estado tem sido reiteradamente desfavorável à pretensão de utilização pelo município.”
O governo paulista, por sua vez, tem como último posicionamento a negociação de espaços que estejam sem uso. A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) estima a arrecadação de R$ 1 bilhão até o fim de 2025.
O antecessor dele, Rodrigo Garcia (PSDB), havia anunciado o uso da área para acomodar as sedes da Faculdade de Tecnologia (Fatec) e Escola Técnica Estadual (Etec), atualmente em atividade em prédio alugado e pago pelo município.
O anúncio ocorreu em 2022 durante a pré-campanha de Rodrigo à reeleição. Na ocasião, o Estado já contava, desde 1986, com área doada para a construção da Fatec/Etec no bairro Vila Nova, zona norte.
A lei seria revogada pela doação de outro espaço, próximo à avenida Presidente Roosevelt, no Centro, em 2023. A área anterior acabou doada para Instituto Lótus, que já a cercou para evitar o descarte de lixo, recorrente por ali.
Enquanto isso, o prédio do Cefam seguiu à própria sorte. Exposto por mais de uma década, foi invadido, depredado e serviu para uso de usuários de drogas. Atualmente, o prédio conta com segurança 24h.
Fundado em 1988, o Cefam formou centenas de professores para lecionar nos primeiros anos do Ensino Fundamental. O curso durava quatro anos, era em período integral e ofertava um diploma de magistério. A unidade levava o nome do professor Macário Ribeiro Macário.
O Cefam foi extinto em 2003 no Estado por resolução assinada pelo secretário de Educação, Gabriel Chalita, no governo do atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, com argumento de padronização do curso superior para formação de professores.
A propriedade onde está o Cefam em Marília ainda pode ser inclusa nos próximos leilões do governo paulista. Localizado à beira da Rodovia do Contorno, na zona oeste, pode interessar o mercado imobiliário e de logística que segue em crescimento na cidade.
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