Caçambeiros fazem ato em frente da Prefeitura
Caminhões que trabalham para empresas de remoção de entulhos – chamados caçambeiros – realizaram um ato em frente ao paço municipal, onde funcionam Prefeitura e Câmara de Marília, no Centro da cidade, durante a manhã desta segunda-feira (19).
Dezenas de veículos pesados realizaram uma espécie de carreata para expor a insatisfação dos empresários do setor. Eles alegam que a atividade desempenhada “vem sofrendo sistematicamente sérios riscos por conta das diretrizes adotadas pela atual gestão municipal”.
De acordo com os organizadores da manifestação, a atual administração “segue negando qualquer tipo de apoio no tocante a manutenção de locais para o descarte, enquanto se apropria uma nova área pelo poder público ou pelas empresas que vem se organizando”.
A área de transbordo de lixo que fica nas margens da vicinal que liga Marília até Avencas não pode, em tese, receber material de construção civil que é transportado pelas empresas manifestantes.
“Sem locais adequados, este descaso, está seriamente intrínseco à paralisação da limpeza urbana na cidade, e, se nada for feito, toda a população mariliense sofrerá uma dura agressão no que tange a correta prestação dos serviços orientados pelos órgãos ambientais”, afirma documento assinado pelos organizadores do ato.
Os responsáveis pelo protesto dizem também que foram feitas inúmeras tentativas de acordo com o prefeito Daniel Alonso (PSDB) e seu secretário de Meio Ambiente e Limpeza Pública, Ricardo Sevilha Mustafá. No entanto, nada foi definido em relação ao problema.
Outro lado
Em entrevista ao Marília Notícia, Mustafá afirmou que a Prefeitura não tem obrigação de destinar área para o descarte desse tipo de material que os caçambeiros lidam. “Quem tem que dar a correta destinação são eles”, afirma o chefe da pasta que trata do assunto.
Mesmo que não seja permitido por lei o depósito desse tipo de material na área de transbordo, a prática vinha sido tolerada, enquanto a Cetesb não conclui um processo administrativo sobre o assunto.
No entanto, segundo Mustafá, uma máquina que empurra o descarte quebrou e a conclusão da manutenção estava prevista até quarta-feira (21) próxima.
“Os organizadores desse ato não cumpriram com o combinado, que era esperar até quarta e não fazer a manifestação. Mesmo sem ser nossa obrigação nós ajudamos com uma máquina que empurra o entulho na área de transbordo”, afirma o secretário.
De acordo com ele, um espaço para onde já existe autorização da Cetesb para descarte desse tipo será licitado, mas o trâmite deve demorar ainda cerca de seis meses.
Nota oficial
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da administração municipal enviou a seguinte nota:
“A Secretaria do Meio Ambiente e Limpeza Pública informa que o aterro ainda não foi fechado definitivamente pela CETESB, mas que o local está saturado, necessitando de uma máquina para organização e limpeza. A Secretaria informa ainda, que a destinação do material recolhido é de responsabilidade das empresas de Caçamba e que havia uma negociação em andamento entre as partes, mas de última hora, os caçambeiros não honraram o compromisso de esperar até quarta-feira para que Prefeitura de Marília pudesse disponibilizar uma máquina. A Secretaria do Meio Ambiente e Limpeza Pública não tem conhecimento do local onde as empresas estão depositando o material recolhido, mas garante que a fiscalização será rígida no tocante do descarte desses entulhos em locais inapropriados”.