Mortes em acidentes do trabalho aumentam 400%
O número de mortes em acidentes do trabalho em Marília aumentou 400% em 2016, na comparação com 2015. Foram quatro casos registrados no ano passado, enquanto o período anterior teve um óbito nessas circunstâncias.
Em 2014 também foi registrado “somente” um caso. Os números são do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, lançado nos últimos dias pelo Ministério Público do Trabalho e pela Organização Internacional do Trabalho.
Os afastamentos especificamente provocados por doenças do trabalho também aumentaram entre 2015 e 2016. De 311 casos no ano retrasado para 345 – ou 10,9%.
Em 2016, foram gastos R$ 1,1 milhão em despesas com afastamentos por doença por acidente do trabalho em Marília.
Recentemente, o Marília Notícia noticiou com exclusividade o aumento de auxílio-doença e afastamentos gerais no município em 2016, ou seja, por motivos diversos, além dos acidentes de trabalho apresentados citados nesta matéria.
Acidentes de trabalho
Os dados do Observatório Digital mostram que entre 2012 e 2016 – período com informações disponíveis – foram registrados 5.401 comunicações de acidente de trabalho. Desse modo, Marília aparece na posição 31ª no Estado e 79ª no Brasil no ranking elaborado.
No período o principal tipo de lesão em acidentes do trabalho na cidade foi contusão e esmagamento, com 1.188 casos (21,9% do total). Fraturas aparecem em segundo lugar, com quase a mesma quantidade, 1.187. Cortes aparecem em terceiro com 1.143 registros.
Os acidentes de trabalho em Marília entre 2012 e 2016 aconteceram principalmente em ambientes hospitalares, com 917 situações documentadas (16,9%).
O comércio varejista, com predominância de produtos alimentícios, como supermercados e hipermercados, aparece com 659 casos (12,1%), seguido da fabricação de produtos do mesmo gênero, com 298 registros (5,5%).
Afastamentos
Entre 2012 e 2016 os afastamentos por doença do trabalho significaram 2.040 auxílios-doença. O impacto previdenciário dos afastamentos da localidade foi de R$ 9.942.964,29, com a perda de 211.471 dias de trabalho em todos esses anos.
No período, 7% dos afastamentos foram em fábricas de produtos alimentícios, 6,6% no comércio varejista, e 4,9% nas atividades de atendimento hospitalar.
Entre os motivos mais frequentes de afastamentos nos acidentes de trabalho são fraturas, de mão e punho (21%), perna (9,9%) e pé (9,7%).
Acidente desta quinta-feira
A exemplo das centenas de outros casos, um pintor ficou ferido após acidente de trabalho nesta quinta-feira (11), na rua 15 de novembro.
Segundo o Corpo de Bombeiros, que atendeu a ocorrência, a vítima trabalhava em uma obra quando escorregou e caiu da escada que utilizava.
O homem teve traumas na mão e perna. Os ferimentos foram considerados leves e ele acabou encaminhado para a UPA da zona norte, onde iria receber atendimento médico.