Conhecimentos e bons salários
Os postulantes a um emprego devem ter consigo que sorte ou azar, não são nem de longe fatores a serem considerados para a obtenção de uma boa vaga no mercado de trabalho.
Uma boa qualificação é que determina a obtenção dessa vaga. Hoje, em meio à crise, são aproximadamente 14 milhões de desempregados. Mesmo em tempos de crise, o profissional bem capacitado e com as habilidades exigidas pela sua área de atuação dificilmente ficará sem emprego.
Venho fazendo palestras aos alunos do ensino médio da rede estadual de ensino, principalmente nos “Terceirões”, quando nossos jovens estão para ingressar no ensino superior. Sou enfático ao dizer que NÃO EXISTE SORTE OU AZAR quando o assunto é uma colocação no mercado de trabalho.
A SORTE é quando uma boa oportunidade de trabalho encontra um indivíduo qualificado e preparado e AZAR é quando esta mesma oportunidade encontra um indivíduo desqualificado e despreparado. Ainda completo dizendo que, uma oportunidade nunca é perdida, alguém vai aproveitar a oportunidade que você perdeu.
Para o despreparado isso serve como uma “muleta”, quando ele diz: “Dei azar por isso não consegui a vaga”, outros põe a culpa no governo e assim vai. São tantas as desculpas..
Achamos mais simples e menos humilhante para o nosso amor próprio atribuir nossos fracassos à sorte ou ao destino.
A base para boas colocações no mercado de trabalho e que propicia bons salários é o conhecimento.
Laércio Beckhauser diz: “se não pudermos fazer do conhecimento um servo, temos que fazer dele o nosso principal aliado, amigo e conselheiro. A sorte ou o azar nas nossas vidas são frutos diretos do conhecimento, da prudência ou da precipitação. A sorte conta com a ajuda do esforço e determinação”.
O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, fez um levantamento e constatou que os indivíduos com diploma de curso superior podem receber de salário até 3 vezes mais do que quem não tem esse nível de escolaridade.
O levantamento apurou que o assalariado sem faculdade recebe em média R$ 1.525,36, enquanto o assalariado com faculdade recebeu em média R$ 4.726,21.
O assalariado sem faculdade recebe em média 219% menos que o indivíduo com formação superior, além deste último ter uma maior facilidade em ser contratado. A pesquisa ainda indicou que, em todas as organizações, a participação de pessoas com formação universitária vem aumentando, com ênfase na administração pública (42,1%).
Nesse momento são poucas as vagas existentes em função do mercado estar desaquecido, mas as vagas existentes têm uma remuneração maior e estão focadas em profissionais melhor capacitados. Hoje 70% das vagas são ocupadas por profissionais com ensino superior.
A boa formação é uma exigência, mas existem outras qualidades que também são levadas em consideração no momento da seleção dos candidatos. São elas: proatividade, autonomia, produtividade, conhecimento específico, autossuficiência, maturidade, comprometimento e ética. Essas qualidades também são usadas como critério de desempate durante as seleções.
Além de critério para a seleção de profissionais, a formação superior também é requisito para a manutenção da vaga do indivíduo. Muitas empresas estão exigindo que profissionais antigos e com experiência, mas que não tem faculdade, a façam como forma de manter sua colocação.
Os que já tem que façam especialização nas áreas de atuação do cargo.
Em recente visita a uma empresa do ramo óptico da região, o gestor nos relatou que a empresa sofreu uma fusão comercial com uma gigante multinacional europeia do ramo e que esta, ao analisar o corpo de gestores e principais cargos de liderança, observou que muitos colaboradores eram antigos de empresa, mas não tinham formação superior e, de pronto, colocou data para que os mesmos buscassem essa formação como requisito mínimo para se manter por ali.
Aos que já tinham que buscassem se especializar, caso contrário seriam desligados da empresa.
Vale dizer que não basta o “canudo”, não basta o título de bacharel ou tecnólogo, o indivíduo deve ter realmente adquirido as competências e habilidades que o mercado de trabalho exige.
Como disse em outra oportunidade o aluno deve estar preocupado com a obtenção de conhecimento e não preocupado em “passar de ano”.
A escolha da Instituição de Ensino também influencia na formação do aluno.
Escolas com reconhecimento pela excelência de ensino devem ser priorizadas. Quando uma Instituição faz seu marketing em cima de suas boas notas junto ao MEC – Ministério da Educação, deve ser levado em conta que os responsáveis pela obtenção dessa boa nota é o aluno da Instituição .
O aluno ao final do seu curso superior realiza a prova do ENADE – Exame Nacional de Desempenho de Estudantes. Essa avaliação tem por objetivo saber se os alunos conseguiram adquirir ao longo do curso os conhecimentos e habilidades a que este se propôs. Desta forma se a nota da avaliação foi alta, implica dizer que o aluno adquiriu as proficiências necessárias ao exercício de sua profissão.
As notas vão de 1 a 5, cursos com notas 4 e 5 são cursos com excelência de ensino, notas 3 são medianos e notas 2 e 1 são considerados ruins pelo MEC.
A nota do ENADE é dada ao curso exclusivamente pelo aluno, já a nota de IGC – Índice Geral de Cursos, é da Instituição.
O IGC é uma formula aritmética que leva em consideração as notas dos ENADEs e as notas dos chamados Insumos, que é composto por Matriz Curricular dos Cursos (que deve ser atualizada), grau de titulação do Corpo Docente e estrutura física da Instituição.
As Instituições com notas altas de ENADE e nota de IGC alta possuem excelência de ensino e merecem atenção por parte daqueles que querem qualidade de ensino para se capacitar adequadamente.
O mercado de trabalho está carente de bons profissionais. As empresas não possuem nem tempo e nem dinheiro para perder com profissionais medianos ou ruins. Elas precisam de profissionais com capacidade de criar, produzir com qualidade e inovar, qualidades que são inerentes a profissionais bem qualificados.