Apeoesp promete paralisar 70% das escolas em Marília
Apesar da baixa adesão – apenas 3% da categoria – até agora, a Apeoesp (sindicato dos professores da rede estadual) promete paralisar as atividades de 70% das cerca de 35 escolas estaduais de Marília na sexta-feira (31).
A paralisação foi definida em assembleia no último dia 15 de março e desencadeada na terça-feira (28). Na sexta, outra reunião dos docentes está marcada para definir os rumos do movimento, por isso a adesão de boa parte da categoria é articulada no município.
No dia 15, quando houve assembleia, 80% das escolas ficaram sem aulas, o que afeta a vida de milhares de alunos e famílias [leia aqui].
Os servidores pedem reajuste salarial e se manifestam contra a Reforma da Previdência. De acordo com o diretor regional da Apeoesp, Juvenal Aguiar, são três anos sem reajuste. “A inflação já comeu 20% do nosso salário”.
“Aqui em Marília está fraquíssima a greve. Mas amanhã as grandes escolas estarão paralisadas. Por enquanto apenas professores individualizados aderiram. Amanhã teremos muitas escolas paradas”, promete Aguiar.
De acordo com ele, sexta-feira será o “dia nacional de mobilização contra a reforma da previdência”. Ônibus com 80 professores devem embarcar para São Paulo para acompanhar a assembleia.
Para o dia 4 de abril, aniversário de Marília, quando é realizado tradicional desfile, a Apeoesp planeja uma manifestação ao término do evento, que deve aproveitar a participação de populares.
Outro lado
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, que divulgou uma nota no final da tarde desta quinta-feira (30). Leia na íntegra:
“A diretoria de ensino de Marília reitera que não houve paralisação total de nenhuma escola da região e que não há como prever como será a mobilização desta sexta-feira, nem mesmo se ocorrerá.
É importante ainda reiterar que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo mantém uma mesa de negociação aberta com os sindicatos da categoria.
A Pasta acredita no compromisso dos professores com os estudantes e com a educação e para manter o atendimento dos alunos, a Secretaria da Educação orientou as Diretorias de Ensino a convocarem professores eventuais para cumprirem jornada.
Ainda assim, caso haja qualquer conteúdo perdido este será reposto e faltas não justificadas pelos profissionais serão descontadas.
Vale lembrar que a Pasta pagará a professores e servidores o bônus por mérito no valor de R$ 290 milhões. Sendo que no último dia 7 já foi pago o salário com acréscimo de 10% a mais de 18 mil professores de educação básica I.
Nenhum professor do Estado de SP recebe menos que o piso nacional (R$ 2.298,80). O salário-base dos professores da rede estadual de ensino PEB II é R$ 2.415,89, ou seja, 5% superior ao piso nacional e acrescido de benefícios”.