Cascata está cheia de lixo três meses após mutirão
Pouco mais de três meses após uma ação da sociedade civil organizada que retirou cerca de 2.500 litros de lixo da represa Cascata, o local já está cheio de material de descarte irregular novamente.
A situação pode ter ligação com a utilização irregular do local para pesca, por exemplo – o que é proibido, mas constantemente verificado por quem passa por ali. A utilização do espaço para piqueniques e “bebedeiras” também pode ajudar a entender o problema.
No final de novembro de 2016, uma iniciativa do Gratus, plataforma de trabalho voluntário em Marília, com a ONG Origem Associação Ambientalista, retirou 100 sacos de 25 litros cheio de lixo no local e plantou dezenas de árvores.
Para alguns frequentadores, o problema são as pessoas que jogam lixo no local. “Nós vizinhos, ficamos tão tristes com os usuários que não cuidam do que é de todos”, disse Ana Silvia Cangussu, que mora nas proximidades.
Gislene Noronha afirma que no local deveria ser feito um parque ou bosque. “Um lugar tão bonito e tão mal tratado pelas próprias pessoas que frequentam de forma irregular”.
Uma das coordenadoras do Gratus, Raquel Brabo, afirma que só uma grande campanha de educação ambiental e conscientização da população pode mudar a situação.
“Retiramos principalmente material de pesca, mas também embalagens de fast food, garrafas pet, de bebida alcoólica e mesmo lixo doméstico”. De acordo com ela, poucos dias após a ação de novembro, esse tipo de material já podia ser encontrado na represa novamente.
De acordo com Raquel, o Gratus acredita que vivemos tempos de individualismo onde as pessoas tratam o espaço público como terra de ninguém.
“Isso tem que mudar, as pessoas precisam pensar no coletivo. É preciso ocupar o espaço público e que todos cuidem dele. O espaço público precisa ser de todos. O caminho é a educação e consciência cidadã”, comenta. Para ela, placas com alertas sobre não deixar o lixo por ali e a presença de lixeiras podem ajudar.
Prefeitura
A reportagem procurou a Prefeitura para saber quais medidas são estudadas para resolver ou amenizar o problema.
Em nota, a resposta foi que “a secretaria de Meio Ambiente e Limpeza Pública desconhece o lixo na represa, porém, vai enviar uma equipe para o local para fazer a limpeza. Sobre evitar o descarte de lixo e pesca o secretário informa que esse problema é de responsabilidade da Polícia Ambiental”.