Marília tem maior número de homicídios desde 2005
O número de homicídios dolosos – com a intenção de matar – registrados em Marília durante 2016 é 76% maior do que no ano anterior, de acordo com as estatísticas oficiais da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.
No ano passado foram 23 casos, com 24 vítimas, já que em um dos crimes duas pessoas morreram. Já em 2015 foram 13 ocorrências desse tipo, com 13 vítimas.
Com esses números, 2016 obteve o maior número de homicídios dolosos nos últimos 11 anos. O último ano com mais ocorrências foi 2005, quando foram registrados 29 casos.
Já nos últimos anos, fora 2015, no município foram 17 ocorrências desse tipo em 2014 e 20 delas tanto em 2013, quanto em 2012. Em 2011, foram registrados 10 casos. Em 2010, 14, e em 2009 foram seis. 2008 teve 10 registros, 2007 foram oito e em 2006 houveram nove.
As tentativas de homicídio em Marília também aumentaram entre 2015 e 2016, de 14 para 20 casos, ou seja 42%.
Em relação aos homicídios culposos – sem a intenção de matar – os registros aumentaram de três para quatro casos entre o ano retrasado e o passado. Nessa conta não entram os homicídios culposos no trânsito.
Em relação ao crime de latrocínio – roubo seguido de morte – o casos em Marília aumentaram de um em 2015 para três em 2016.
Explicação
Em entrevista ao Marília Notícia o delegado seccional Wilson Frazão afirmou que os dados preocupam sim, mas chamou a atenção também para os números de 2015 que, segundo ele, foram bem abaixo da média.
“Na verdade precisamos entender que 2015 foi o ano mais baixo de homicídios nos últimos anos. A comparação com 2015 não reflete bem a realidade”, explica Frazão.
Para o delegado seccional os dados de homicídios em 2016 estão dentro da média dos anos anteriores. Ele garante que não existe nenhum grupo de extermínio na cidade ou, por exemplo, uma briga de gangues que esteja provocando aumento no número de assassinatos.
Segundo Frazão, boa parte dos casos do ano passado tem relação com o tráfico de drogas, mas também existem os crimes que foram “aleatórios”.
“Casos em que mulher que matou o marido, outros de justiça com as próprias mãos, onde foi feito uma espécie de tribunal onde a vítima havia cometido outros crimes”, detalha.
Para 2017, Frazão afirma que o trabalho será no sentido de que os registros de homicídio caiam, “se possível para baixo de 2015”.