Ecstasy pode chegar às farmácias com fins terapêuticos
A complexa nomenclatura química do 3,4-metilendioximetanfetamina (MDMA) corresponde a uma potente anfetamina popularmente conhecida como ecstasy. Seus efeitos sobre o sistema nervoso têm sido estudados há mais de um século, e muitos especialistas acreditam que, apesar de suas desvantagens, ele pode ser muito útil em tratamentos psicológicos para pacientes com diferentes transtornos.
O New York Times publicou a história de C.J. Hardin, um veterano de guerra que, após participar de diversas missões no Iraque e no Afeganistão, voltou para sua casa com vários distúrbios de estresse pós-traumático. Depois de experimentar inúmeras terapias sem resultado, o soldado aceitou participar de um pequeno estudo clínico que utilizava o ecstasy para amenizar os danos psicológicos de sua condição.
Os participantes do estudo eram pacientes com transtornos causados por episódios violentos, guerras, abusos sexuais, fobias e outros traumas psicológicos. Os resultados foram publicados no Journal of Psicopharmacology, e agora a pesquisa terá uma terceira fase com um número maior de pacientes, já que o FDA (agência responsável pelo controle de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos) acaba de aprovar o próximo passo desta investigação.
A Fase III será realizada com 230 pacientes e será patrocinada pela Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies (MAPS), um grupo que defende o uso terapêutico de diferentes drogas que costumam ser utilizadas de maneira ilegal.
É preciso levar em conta que o ecstasy pertence ao grupo dos “entactógenos”, uma série de substâncias que produzem efeitos emocionais como a diminuição da ansiedade, a perda da timidez ou a sensação de alegria, que podem ser muito úteis em casos de estresse pós-traumático, como o desenvolvido pelo soldado C.J. Hardin.
A aprovação do FDA é um passo considerável para a legalização, sob determinadas circunstâncias médicas, desta substância. Se os resultados dos novos testes clínicos voltarem a ser positivos, em breve poderemos ter o ecstasy com finalidades terapêuticas à disposição do público (sempre com prescrição e sob o acompanhamento de um médico).
Estima-se que a novidade possa chegar às farmácias dos Estados Unidos a partir de 2021.
Fonte: Yahoo