HIV em Marília volta para “média” depois de pico
Depois de um pico de casos de HIV/Aids em Marília há cinco anos, os números descobertos da doença anualmente parecem finalmente estar voltando para a “média”. Entre janeiro e início de novembro de 2016 foram 42 diagnósticos.
Dados obtidos pelo Marília Notícia mostram que entre 2007 e 2010 os casos diagnosticados ficaram entre 42 e 47 ocorrências – uma média de 45 novos casos descobertos por ano.
Em 2010, porém, os números mais do que dobraram: 118 diagnósticos. Desde então voltaram a cair para 92 em 2012; 85 em 2013; e 44 em 2014. Já no ano passado um novo aumento: foram 59 novos casos.
Agora, em 2016, o ano ainda não está fechado, mas a coordenação do programa DST/Aids no município acredita que ficará abaixo dos registros de 2015.
Em entrevista ao MN a coordenadora do programa, Alzira Barboza de Souza Meleiro, explicou o motivo do pico dos últimos anos. Ela também acredita que 1% da população esteja infectada, mas muitos não sabem.
“A gente faz uma avaliação que na época desse aumento o município estava sem coordenador no programa DST/Aids”, disse.
“Penso que não houve prevenção, parece que as pessoas ficaram mais vulneráveis. Depois estabilizou a questão do coordenador, estabilizou o número de casos”, completou.
De acordo com ela, o principal grupo de risco são homens que fazem sexo com outros homens, entre 19 e 39 anos.
A coordenadora fala que investindo em prevenção a doença deixa de aparecer. “É feita distribuição de preservativos, palestras em empresas, escolas e universidades e os testes, principalmente”.
“Muitas pessoas tem o vírus e não sabem, por isso é preciso detectar precocemente. Quando se busca podem aparecer mais pessoas”, diz. A prevenção é o melhor caminho, reafirma a coordenadora.
DIA MUNDIAL DE COMBATE
Desde o dia 25 a rede de atenção básica de Marília vem promovendo a campanha Fique Sabendo. A iniciativa consiste na popularização dos testes rápidos de HIV/Aids, que apresenta o resultado ao paciente em apenas 15 minutos.
Organizada pela 9ª vez em Marília, a campanha Fique Sabendo procedeu mais de dois mil testes de HIV/Aids.
Alzira explicou que, em caso de positivo, é realizado, no mesmo momento, novo teste para a contraprova. “No mesmo atendimento, concluímos o diagnóstico e o paciente é encaminhado para o atendimento especializado”, disse. Em caso de positivo para outra DST, como a sífilis, por exemplo, o paciente é indicado para nova sorologia.
No dia 1º de dezembro – Dia Mundial de Luta Contra a Aids – a Secretaria Municipal da Saúde instalou o ônibus da saúde no campus da Unesp de Marília, realizando distribuição de preservativos, orientações e testes rápidos. As atividades de prevenção continuam e no próximo sábado, dia 3, o ônibus da saúde ficará na Vila Real, com as essas mesmas ações.
A Aids é a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, doença causada por um vírus chamado HIV. O vírus ataca as células responsáveis pelas defesas do organismo e aumenta a chance do aparecimento de doenças oportunistas, como alguns tumores e as infecções. Quanto mais cedo uma pessoa descobrir que tem o vírus, maiores são as possibilidades de êxito no tratamento. A Aids não tem cura, mas sim tratamento. Quem não sabe que está com a doença pode estar transmitindo o vírus de modo involuntário.
Em caso de positivo no teste rápido, os pacientes serão direcionados para a rede especializada. Em Marília, a rede especializada é composta pelo Serviço de Assistência Especializado, o SAE, e pelo ambulatório Mário Covas – setor de moléstias infecciosas. Além de HIV/Aids e Sífilis, os testes oferecidos pela rede municipal de saúde conseguem diagnosticar presenças de outras doenças, como por exemplo a Hepatite B e Hepatite C.