Anunciada em julho ligação de bairros fica na promessa
Anunciada em julho pelo governo de Vinícius Camarinha (PSB), a interligação do bairro Figueirinha com os Núcleos Habitacionais Jânio Quadros e Aniz Badra, na zona Norte de Marília, ainda não saiu do papel.
A via que vai conectar os bairros, segundo anunciado, partirá da rua Norma Franceschini Vieira. Na época, pouco antes da eleição, a Prefeitura divulgou amplamente a “novidade”.
Revoltados com a demora para início da obra de mobilidade, moradores já se frustraram outras vezes com promessas para região.
INTERLIGAÇÃO
Há quase cinco meses atrás a Prefeitura iniciou o processo licitatório da obra que deve encurtar em pelo menos um quarto o tempo de acesso dos moradores da região para outras áreas da cidade, como Avenida República e região central.
Agora, na última sexta-feira, a assessoria de imprensa do município informou que “a interligação do Figueirinha está no planejamento aguardando a liberação de recursos”.
Na época do anúncio da licitação, o secretário de obras do município engenheiro Antonio Carlos Nasraui, o Ninho, disse para a imprensa local que seriam três mil metros quadrados de obra.
“Um desejo antigo dos moradores”, reconheceu Ninho, então.
MORADORES
Morador da rua para qual a obra foi prometida, Luiz Sabaini, de 55 anos, afirma que logo após o anúncio uma pessoa foi ao local para verificar o terreno. “Depois disso não se falou mais nada. Estamos esperando”, reclama.
Ele quer detalhes sobre a obra, que terá de lidar com uma APP (Área de Preservação Permanente) e um rio que fica entre os bairros que a Prefeitura prometeu ligar.
A falta de respostas e a demora para o início provocam ansiedade em Sabaini e seus vizinhos.
Moradora das proximidades, Aparecida de Souza, de 43 anos, diz que ficou contente quando a obra foi anunciada, já que “mercado, posto de saúde e escola” ficariam mais perto.
Com a demora, ela teme que o projeto não se concretize tão cedo e fique só no “oba-oba” feito pela administração municipal meses atrás.
Seu temor tem explicação. Aparecida mora ao lado de uma área com enormes anéis de concreto abandonados na região há aproximadamente dez anos, quando foi prometida a canalização do rio que passa na região.
Desperdício de dinheiro público, hoje o mato cresce entre as estruturas largadas ali.
ABANDONO E MOBILIZAÇÃO
Sabaini, personagem que aparece mais acima neste texto, também se queixa do abandono da região pelo poder público em outros aspectos.
Na APP (Área de Preservação Permanente) que margeia a rua onde a obra será feita, entulho vinha sendo despejado por anos e anos.
Depois de muita insistência, Sabaini disse que uma máquina foi enviada pelo Poder Público para retirar parte do entulho. Outras toneladas acabaram se tornando uma espécie de aterro dentro da APP.
A solução para o fim do descarte ilegal foi a mobilização dos moradores da região que passaram a cuidar da área plantando mudas de árvores nativas e outros pés, inclusive de hortaliças e canteiros. “Assim o povo não tem coragem de jogar lixo“, diz.