Opinião: o estupro na Virada Cultural é culpa sua!
Por Beatriz Bassalobre
No dia 30/05 o Marília Notícia noticiou o caso patológico de três homens que estupraram e agrediram uma mulher na Virada Cultural. Apesar de ser um ato revoltante para a sociedade, há muito mais a ser interpretado de tais atitudes “culturais”.
Todos sabem que uma pessoa agir dessa maneira não é “normal”, porém, o que não conseguimos entender ainda é que somos responsáveis pela manutenção de tais atos de violência. Somos responsáveis? Como assim? Sim leitor, somos! Enquanto não mudarmos a cultura de misandria (ódio pelo feminino) e misoginia (ódio pelo masculino) a hostilidade nas ruas, nas famílias e em todos os lugares vão continuar.
Só no Brasil, duas pessoas, em média, sofrem estupro por dia. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, estima-se que a cada ano, NO MÍNIMO, 527 mil pessoas são estupradas no Brasil. E muitos de nós pensamos: – Ah, mas o que aquela menina estava fazendo de saia curta, ás 23 horas na rua? O buraco é mais embaixo e interno…
Essa cultura hostil permite que as pessoas invadam o corpo, a vida e a família uma das outras. Como psicóloga e sabendo dos meus limites éticos profissionais, não posso e nem vou diagnosticar os estupradores. Mas quero ao menos, despertar em vocês, leitores uma auto-reflexão. O que estamos fazendo com nosso ódio ao sexo masculino? Sustentando o machismo? O que estamos fazendo com o nosso ódio ao sexo feminino? Sustentando a desigualdade entre sexos? A mulher e o homem não são iguais fisicamente, emocionalmente, psiquicamente e nem devem ser, porém os dois devem gozar dos mesmos direitos, já que ambos são HUMANOS.
Beatriz Bassalobre Santaella é psicóloga formada pela Universidade de Marília e especialista em Comunicação pela Universidade Estadual de Londrina.