Daniel Alonso critica demora na transição de governo
O prefeito eleito Daniel Alonso (PSDB) reclama da demora para início do processo de transição de governo em Marília.
Faltando praticamente dois meses para sua posse na Prefeitura, ele também critica o atual mandatário, Vinícius Camarinha (PSB), por medidas recentes que afetarão diretamente sua gestão nos próximos quatro anos.
Em entrevista ao Marília Notícia, Daniel já indicou seu pessoal para as tratativas, mas afirma que ainda não recebeu nenhum comunicado da equipe de Vinícius. “Ele precisa publicar a portaria”, afirma o próximo prefeito.
O tucano também diz que na transição do ex-prefeito José Ticiano Dias Toffoli para Vinícius – quatro anos atrás – os trabalhos de transição começaram no dia 26 de outubro.
Na ocasião, segundo Daniel, “as duas equipes foram definidas e houve reunião de planejamento”.
Ele cita também o exemplo atual de São Paulo, onde o candidato derrotado Fernando Haddad (PT) está fazendo a transição com o eleito João Dória (PSDB) “um ajudando o outro, com respeito e tranquilidade”.
Daniel diz que a atual gestão já deveria tê-lo recebido. “A cidade é que perde com essa birra”, declarou.
Daniel explica que a situação preocupante das contas públicas e necessidade de verificar-se a situação de setores como a Saúde e Educação de forma antecipada – isso é, antes de assumir – justificam a urgência para o início das tratativas.
“Precisamos montar planos de ações”, argumenta.
Em coletiva de imprensa nesta semana, Vinícius afirmou publicamente que “a transição está sendo feita”.
PLANO DE CARREIRA/CONCURSO
De acordo com Daniel, as decisões recentes que o Executivo tem tomado – como o plano de carreira e o concurso anunciados nos últimos dias – deveriam ser definidas em comum acordo com a equipe de transição.
“Quem tem que decidir quantos cargos comissionados devem ser cortados é a próxima gestão”, fala Daniel sobre os desdobramentos que devem ter o plano de carreira. O mesmo ele diz sobre o concurso.
“São decisões que não reflete na atual gestão e sim na próxima. Faltam apenas 60 dias para terminar o ano. Até a tramitação, já esgotou o governo dele”, afirma Daniel.
O tucano fala ainda que questões “mais sérias” estão na gaveta, como as obras do esgoto paradas, problemas no “aterro sanitário” e falta de água.
OUTRO LADO
A assessoria de imprensa da atual gestão afirmou por meio de nota que “o processo de transição de governo não está sendo dificultado”.
O documento diz que “a prefeitura já recebeu os nomes da comissão que representa o prefeito eleito e está definindo os representantes do atual governo nesse processo”.
De acordo com a assessoria, “o acesso ao prefeito eleito será garantido nesse período de transição de governo”.
Confira outros trechos da nota:
“O concurso público que vai ser realizado para a contratação de servidores para 27 diferentes funções administrativas se faz necessário. Os investimentos com a construção de novas unidades de saúde e escolas necessitam de funcionários para garantir o serviço à população. Só não realizamos o concurso anteriormente por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal, que prevê limite de gastos orçamentários com a folha de pagamento”.
“Quando o Prefeito Vinicius assumiu a administração, esses gastos chegavam a quase 60%, do orçamento, o que inviabilizava investimentos como o Plano de Carreira e a realização de concursos públicos. Mesmo assim e frente à necessidade, foram feitos processos seletivos para a contratação temporária em áreas da Educação e Saúde, principalmente”.
“Com responsabilidade, foi reduzido para aproximadamente 49% o índice orçamentário com a folha de pagamento, o que possibilita a realização de concurso público para a contratação de novos servidores municipais”.