Greve dos bancários segue sem resolução
A greve dos bancários completa 18 dias nesta sexta-feira (23) e segue sem expectativa de resolução. De acordo com o presidente do sindicato regional de Marília, Geofredo Borges da Rocha, as negociações estão empacadas há uma semana.
De acordo com Rocha, uma reunião do comando de greve está marcada para a próxima segunda-feira (26), onde serão definidos quais os rumos que o movimento deve tomar.
Já foram realizadas, segundo o sindicalista, quatro mesas de negociação, mas desde quinta-feira (15) da semana passada os bancários não foram chamados para nova conversa.
“Na segunda-feira teremos novidades, vamos ver se alguma nova proposta pode surgir”, fala Rocha. Ele diz ainda que em Marília a greve ganhou mais adeptos desde que foi deflagrada no último dia 6.
De acordo com ele, mais de 70% das agências estão fechadas e o movimento ganhou mais adesões desde o começo da paralisação.
“Na Sampaio Vidal, corredor financeiro da cidade, todas as agências estão fechadas. Nos bairro, o funcionamento é precário. Em Marília todas as agências do Banco do Brasil e da Caixa estão fechadas para o público”, diz.
São 75 agências na região que envolve 18 municípios, segundo o sindicato e cerca de sete em cada dez estão fechadas. Em Marília são 40 agências e 400 funcionários, dos 1080 espalhados pelas cidades próximas, onde cerca de 70% estão de greve.
QUEDA DE BRAÇO
Os bancários rejeitaram a primeira proposta da Fenaban – entidade que representa os bancos. O reajuste proposta era de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil.
A entidade patronal fez nova proposta, de reajuste de 7% no salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil. Também rejeitada.
Os sindicalistas afirmam que a proposta não cobre a inflação e significa, na prática, uma perda de 2,39% de poder de compra do salário.
Os trabalhadores pedem reposição da inflação do período e mais 5%, que seria de aumento real.
Eles exigem também valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.
Em nota, a Fenaban alega que “o modelo de aumento composto por abono e reajuste sobre o salário é o mais adequado para o atual momento de transição na economia brasileira, de inflação alta para uma inflação mais baixa”.